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Irã diz que acesso da AIEA a imagens de instalações nucleares terminou

Diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, em entrevista coletiva em Viena -
Diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, em entrevista coletiva em Viena

23/05/2021 15h40

Um acordo de monitoramento de três meses entre Teerã e a ONU terminou no sábado, afirmou o presidente do parlamento iraniano à televisão estatal neste domingo, acrescentando que o acesso a imagens de instalações nucleares do país seria interrompido.

O líder da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, está em conversações com o Irã para estender o acordo de monitoramento, o que poderia ter um impacto em negociações entre Teerã e seis potências para ressuscitar o acordo nuclear de 2015, disse a agência da ONU.

"A partir de 22 de maio, com o fim do acordo de três meses, a agência não terá mais acesso a dados coletados por câmeras dentro de instalações nucleares incluídas no acordo", disse Mohammad Baqer Qalibaf, segundo a televisão estatal.

A televisão estatal iraniana também citou uma declaração de uma autoridade anônima dizendo que o acordo entre a AIEA e Teerã poderia ser estendido "de maneira condicional" por um mês.

Se for estendido por um mês, e se durante esse período grandes potências aceitarem as exigências legais do Irã, os dados serão entregues à agência. Senão, as imagens serão apagadas para sempre, segundo um membro do Conselho de Segurança Supremo Nacional do Irã.

Diplomatas ocidentais têm alertado que não estender o acordo com a AIEA pode prejudicar seriamente as tentativas de salvar o acordo nuclear de 2015, que busca evitar que o Irã produza armas nucleares, o que Teerã diz que nunca foi sua intenção.

Irã e potências globais têm realizado uma série de rodadas de negociações em Viena desde abril, trabalhando em passos que Teerã e Washington precisam tomar, envolvendo sanções e atividades nucleares, para que o acordo nuclear volte a ser plenamente cumprido.

O Irã começou a violar gradualmente os termos do pacto de 2015 com potências mundiais após o ex-presidente norte-americano Donald Trump retirar os Estados Unidos do acordo em 2018 e restaurar sanções.