Governo terá que agir imediatamente para proteger indígenas, diz STF
BRASÍLIA (Reuters) - Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria nesta quarta-feira em um julgamento de plenário virtual para determinar que o governo federal adote imediatamente medidas para garantir a proteção da vida, da saúde e da segurança nas terras indígenas tradicionais ianomâmi e munduruku.
A decisão está sendo tomada em julgamento que começou na sexta-feira passada e vai até esta sexta de ação movida por partidos políticos e entidades indígenas.
Os propositores da ação citam o fato de que os indígenas estarem sendo alvo de ataques a tiros, mortes, desnutrição, anemia, contágio por mercúrio, desmatamento e garimpo ilegal, bem como a prática de ilícitos de toda ordem decorrentes da presença de invasores das terras em meio à pandemia. Destacam que essa presença é responsável ainda pelo contágio de tais comunidades com a Covid-19.
Até o momento prevaleceu o voto do relator, ministro Roberto Barroso, que ordenou o Executivo a tomar providências "diante da ameaça de ataques violentos e da presença de invasores, devendo destacar todo o efetivo necessário para tal fim e permanecer no local enquanto presente tal risco".
Entre outras medidas, Barroso decidiu proibir a União de dar publicidade às medidas protetivas a serem adotadas para não comprometer o sigilo da operação; a operação precisará contar com o acompanhamento de representante da Procuradoria-Geral da República; apresentar um relatório da situação; e evitar a "reiteração do ilícito".
Acompanharam o relator até o momento os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Marco Aurélio Mello, Cármen Lúcia e Rosa Weber.
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