Talibã nomeia enviado à ONU e pede para falar a líderes mundiais
O Talibã pediu para se pronunciar aos líderes mundiais na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York nesta semana, e nomeou seu porta-voz Suhail Shaheen, radicado em Doha, como embaixador do Afeganistão na ONU, de acordo com uma carta vista pela Reuters na terça-feira.
O ministro das Relações Exteriores do Talibã, Amir Khan Muttaqi, fez o pedido em uma carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, na segunda-feira. Muttaqi pediu para falar durante o encontro anual de líderes da Assembleia-Geral.
O porta-voz de Guterres, Farhan Haq, confirmou a carta de Muttaqi. A medida estabelece um conflito com Ghulam Isaczai, embaixador na ONU em Nova York representando o governo afegão derrubado no mês passado pelo Talibã.
Haq disse que os pedidos rivais pela vaga do Afeganistão na ONU foram enviados a um comitê de credenciais de nove membros, entre eles Estados Unidos, China e Rússia. O comitê não deve se reunir sobre a questão antes da segunda-feira, então é incerto que o ministro do Talibã fale diante da Assembleia-Geral.
A aceitação de um eventual embaixador do Talibã na ONU seria um passo importante para a proposta de reconhecimento internacional do grupo islâmico de linha dura, que pode ajudar a desbloquear verbas necessárias para ajudar a empobrecida economia afegã.
Guterres disse que o desejo do Talibã por reconhecimento internacional pode ser o único poder de barganha que outros países tenham para pressionar o governo e pedir o respeito por direitos, especialmente para as mulheres, no Afeganistão.
A carta do Talibã diz que a missão de Isaczai "foi considerada encerrada, e ele não representa mais o Afeganistão", disse Haq.
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