Rússia faz outro ultimato a Mariupol na "Batalha de Donbas"; Ocidente promete mais ajuda à Ucrânia
Por Pavel Polityuk e James Mackenzie
KIEV/KHARKIV (Reuters) - A Rússia intensificou seu ataque ao leste da Ucrânia nesta terça-feira, ao tomar uma cidade que fica na linha de frente e buscar uma vitória decisiva em Mariupol, levando governos do Ocidente a prometer aos ucranianos mais armas e novas sanções contra Moscou.
Milhares de soldados russos, apoiados por artilharia e foguetes, avançavam no que as autoridades ucranianas chamaram de "Batalha de Donbas".
A invasão de quase oito semanas da Rússia à Ucrânia está levando mais tempo do que muitos imaginavam e ainda não conseguiu capturar nenhuma das maiores cidades, forçando Moscou a se concentrar nas regiões separatistas do leste ou ao redor delas.
O maior ataque contra um Estado europeu desde 1945, no entanto, levou mais de 5 milhões de pessoas a fugirem para o exterior e reduziu cidades a destroços, enquanto a incursão se arrasta.
A Rússia estava atingindo a siderúrgica de Azovstal, o principal bastião de resistência restante em Mariupol, com bombas que destroem bunkers, disse um assessor presidencial da Ucrânia nesta terça-feira. A Reuters não conseguiu verificar os detalhes.
“O mundo assiste ao assassinato de crianças na internet e permanece em silêncio”, escreveu o assessor Mykhailo Podolyak no Twitter.
Após um ultimato por rendição ter expirado, e com a meia-noite se aproximando, o Ministério da Defesa da Rússia disse que nenhum soldado ucraniano havia abaixado as armas e renovou a proposta. Comandantes ucranianos em Azovstal prometeram não se render.
“As Forças Armadas da Rússia, com base puramente em princípios humanitários, mais uma vez propuseram que os soldados de batalhões nacionalistas e mercenários estrangeiros interrompam suas operações militares a partir das 14h, horário de Moscou, em 20 de abril, e abaixem suas armas”, disse o Ministério da Defesa da Rússia.
Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França e Alemanha prometeram mais apoio à Ucrânia.
“É injusto que a Ucrânia ainda tenha que pedir por (armas) que estão guardadas há anos em armazéns de nossos parceiros”, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, em um discurso por vídeo.
A Ucrânia afirmou que o novo ataque resultou na tomada de Kreminna, um centro administrativo com 18.000 pessoas em Luhansk, uma das duas províncias de Donbas.
Forçada a recuar por forças ucranianas em março de um ataque a Kiev pelo norte, a Rússia colocou suas tropas no leste para o ataque a Donbas. Também fez ataques de longa distância em outros alvos, incluindo a capital.
(Reportagem de jornalistas da Reuters)
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