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TSE diz que contagem simultânea de votos já é possível após Bolsonaro insistir em apuração paralela

O comunicado rebate, sem citar, alegações feitas reiteradamente por Bolsonaro favorável à realização de uma contagem paralela dos votos no dia das eleições - Abdias Pinheiro/SECOM/TSE
O comunicado rebate, sem citar, alegações feitas reiteradamente por Bolsonaro favorável à realização de uma contagem paralela dos votos no dia das eleições Imagem: Abdias Pinheiro/SECOM/TSE

Ricardo Brito

13/06/2022 15h32

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse em nota nesta segunda-feira que "a contagem simultânea de votos já é possível há várias eleições", após o presidente Jair Bolsonaro voltar a colocar em dúvida o processo eletrônico de votação em entrevista concedida mais cedo e insistir em uma totalização paralela dos votos pelas Forças Armadas, medida que o presidente afirmou ter sido rejeitada pelo tribunal.

O comunicado, embora não cite nominalmente, rebate alegações feitas reiteradamente por Bolsonaro favorável à realização de uma contagem paralela dos votos no dia das eleições. Bolsonaro tem dito falsamente que existe uma sala de contagem secreta que totaliza os votos do pleito.

No comunicado, o TSE informou que implementou novidades para o pleito, como a publicação dos Boletins de Urna (BU) tão logo recebidos após o encerramento da votação. O documento é impresso por cada uma das urnas eletrônicas logo após o término da votação e nele constam todos os votos depositados naquela urna eletrônica.

"Trata-se, portanto, de ferramenta que permitirá a qualquer pessoa ou instituição fazer contagem simultânea de votos. Para isso, é preciso ter acesso à internet, onde estarão disponibilizados os arquivos dos BUs das seções eleitorais. Tais arquivos correspondem efetivamente os resultados de cada seção eleitoral, disponibilizados em seu formato original. Isto é, sem processamento adicional, o que assegura a origem e a total integridade em relação aos dados emitidos pelas urnas eletrônicas", afirma a nota do TSE.

"Todas as medidas voltadas para garantir ainda mais transparência e segurança nas Eleições 2022 vêm sendo amplamente divulgadas pelo portal do TSE e pela imprensa, o que leva a crer que questionamentos sobre o assunto acontecem apenas por desconhecimento técnico ou por motivações políticas", disse o tribunal na nota.

Bolsonaro, que está atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto para o pleito de outubro, tem repetido, sem apresentar provas, que houve fraude no primeiro turno da eleição de 2018 e que ele deveria ter vencido o pleito na primeira rodada de votação.

O presidente também tem repetido que a votação eletrônica não é auditável, o que não é verdade. Este ponto, inclusive, já foi reiteradamente esclarecido pelo TSE.