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Mais de 700 crianças morreram em centros de nutrição da Somália, diz ONU

Em foto do dia 13 de fevereiro de 2022, crianças aguardam por água em campo de migrantes em Baidoa, Somália - YASUYOSHI CHIBA/AFP
Em foto do dia 13 de fevereiro de 2022, crianças aguardam por água em campo de migrantes em Baidoa, Somália Imagem: YASUYOSHI CHIBA/AFP

Emma Farge

06/09/2022 10h16

Centenas de crianças já morreram em centros de nutrição em toda a Somália, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta terça-feira, um dia depois que o órgão global alertou que partes da Somália serão atingidas pela fome nos próximos meses.

A região do Chifre da África está a caminho da quinta temporada consecutiva de escassez de chuvas. A fome em 2011 na Somália custou mais de 250 mil vidas, a maioria crianças.

"Cerca de 730 crianças morreram em centros de alimentação e nutrição em todo o país entre janeiro e julho deste ano, mas os números podem ser maiores, já que muitas mortes não são relatadas", disse Wafaa Saeed, representante do Unicef na Somália, em entrevista coletiva em Genebra.

Os centros são para crianças com desnutrição aguda grave, bem como outras complicações, como sarampo, cólera ou malária, e são considerados apenas um retrato da situação em todo o país.

"Não conhecemos o quadro completo. Conheci muitas, muitas famílias cujos filhos morreram no caminho (para os centros)", disse Victor Chinyama, porta-voz do Unicef em Mogadíscio.

O Unicef afirmou que os surtos de doenças estão aumentando entre as crianças, com cerca de 13 mil casos suspeitos de sarampo relatados nos últimos meses, dos quais 78% eram crianças menores de cinco anos.