EXCLUSIVO-Militares dos EUA intensificam vigilância no Oriente Médio com aumento de ameaças às tropas

Por Phil Stewart

WASHINGTON (Reuters) - As Forças Armadas dos Estados Unidos estão tomando novas medidas para proteger suas tropas no Oriente Médio, à medida que aumentam as preocupações com os ataques de grupos apoiados pelo Irã, e estão deixando em aberto a possibilidade de retirada de famílias de militares, se necessário, informaram autoridades à Reuters.

As medidas incluem aumento das patrulhas militares dos EUA, restrição do acesso às instalações de base e aumento da coleta de informações de inteligência, inclusive por meio de drones e outras operações de vigilância, disseram as autoridades, falando sob condição de anonimato.

As Forças Armadas dos EUA também estão reforçando o monitoramento das torres de vigia nas instalações militares dos EUA, aumentando a segurança nos pontos de acesso às bases e ampliando as operações para combater a possível entrada de drones, foguetes e mísseis, segundo as autoridades.

O novo pacote de medidas de proteção das Forças Armadas norte-americanas não foi relatado anteriormente.

"Com o aumento do número de ataques e tentativas de ataques a locais militares dos EUA, a revisão contínua de nossas medidas de proteção da força é fundamental", disse o general do Exército dos EUA Michael "Erik" Kurilla, chefe do Comando Central dos EUA, em um comunicado à Reuters.

As forças dos EUA no Iraque e na Síria têm sido repetidamente alvejadas desde o início do conflito entre Israel e Gaza, em 7 de outubro. Os ataques causaram ferimentos leves em quatro membros do serviço militar dos EUA até o momento e em cinco contratados militares dos EUA, todos os quais retornaram ao trabalho, afirmou uma das autoridades.

Na semana passada, na costa do Iêmen, um navio de guerra dos EUA abateu mais de uma dúzia de drones e quatro mísseis de cruzeiro disparados pelos Houthis apoiados pelo Irã.

O aumento das tensões colocou a equipe dos EUA em alerta constante. Durante um alarme falso na base aérea de Al-Asad, no Iraque, na quinta-feira, um civil contratado morreu de parada cardíaca.

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Uma autoridade militar dos EUA, falando sob condição de anonimato, não disse especificamente o que poderia desencadear a retirada das famílias dos militares dos EUA posicionados em locais do Oriente Médio como o Barein, sede da Quinta Frota da Marinha dos EUA.

"Analisamos continuamente e, se acharmos que a ameaça está subindo a um nível que ameace os dependentes de nossos membros do serviço na (região), erraremos por precaução", disse a fonte à Reuters.

Autoridades do governo Biden, incluindo o secretário de Defesa Lloyd Austin, alertaram sobre o risco de uma grande escalada nos ataques às tropas norte-americanas no Oriente Médio e que o Irã poderia tentar ampliar a guerra entre Israel e Hamas.

"Vemos a perspectiva de uma escalada muito mais significativa contra as forças e o pessoal dos EUA no curto prazo e, sejamos claros, o caminho leva de volta ao Irã", disse um autoridade de alto escalão da defesa a repórteres do Pentágono na segunda-feira.

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