Neozelandeses protestam contra políticas consideradas racistas do governo
Por Lucy Craymer
WELLINGTON (Reuters) - Milhares de manifestantes foram às praças, às pontes e ao Parlamento da Nova Zelândia nesta terça-feira (segunda-feira no Brasil) para protestar contra novas políticas do governo, consideradas racistas. O protesto foi convocado pelo partido Te Pati Maori e coincide com a posse da 54ª legislatura do país, que ocorrerá no mesmo dia. “Isto não é um protesto, é uma ativação”, afirmou o co-líder da legenda, Rawiri Waititi, aos manifestantes na cidade de Wellington. “Façam nossas vozes serem ouvidas, deixem que suas vozes voem e fiquem orgulhosos em ser quem somos hoje.” O novo governo de centro-direita do Partido Nacional, da Nova Zelândia Primeiro e da AÇÃO Nova Zelândia foi eleito no mês passado. Entre os planos das legendas da coalizão está diminuir o uso do idioma Maori, revisar políticas de ação afirmativa e avaliar como o documento de fundação da nação é interpretado na legislação. Em Wellington, manifestantes marcharam até o Parlamento. Em Auckland, reduziram o tráfego de veículos nas vias da cidade e, em outros lugares, reuniram-se para protestar e segurar faixas. A polícia neozelandesa afirmou que houve interrupção no tráfego de veículos, mas que os protestos foram pacíficos e que ninguém foi preso. Kathy Hughes, de 31 anos, afirmou que ela foi cedo para Wellington para participar da passeata por causa da preocupação com o que o novo governo quer fazer.
“Eu me importo muito com o Kaupapa (princípio), (estou) preocupada com muitas coisas do novo governo e muitas das mudanças”, disse Hughes. David Seymour, líder do AÇÃO Nova Zelândia, afirmou em comunicado que o protesto foi teatral e que os cidadãos apenas querem que o governo conserte os problemas que o país enfrenta. (Reportagem de Lucy Craymer)
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