Ex-presidente do Peru Alberto Fujimori é libertado da prisão após 16 anos

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori, que estava cumprindo uma pena de 25 anos de prisão por abusos de direitos humanos durante sua década de governo nos anos 1990, foi libertado da prisão na noite de ontem, apesar das críticas de um tribunal internacional de direitos humanos.

A mais alta corte do Peru decidiu na terça-feira (5) a favor de um recurso para restaurar um indulto de 2017 para Fujimori, de 85 anos, por motivos humanitários. A Corte Interamericana de Direitos Humanos havia solicitado anteriormente que a medida fosse bloqueada.

Fujimori cumpriu cerca de 16 anos após ser extraditado do Chile em 2007.

O ex-presidente, que, segundo seus médicos, tem sérios problemas de saúde, foi filmado ontem deixando a prisão usando um tubo de respiração e uma máscara. Seus filhos o abraçaram antes que ele entrasse em um carro, que o levou para a casa de sua filha mais velha e herdeira política, Keiko.

"Hoje, finalmente, temos nosso pai em casa", disse Keiko por meio de um megafone na porta de sua casa, onde se espera que seu pai resida agora. "Não há ódio ou ressentimento em meu coração, mas gratidão."

Quando Fujimori deixou a prisão, imagens da TV local mostraram uma multidão de apoiadores aplaudindo e empurrando seu carro enquanto ele tentava deixar as instalações da prisão nos arredores de Lima.

"Já era hora de acabar com essa injustiça contra Fujimori, graças a ele nosso país está de pé", disse Catalina Ponce, uma apoiadora de Fujimori que aguardava do lado de fora da prisão durante o dia.

Os partidários de Fujimori acreditam que ele salvou o Peru do terrorismo e do colapso econômico.

Os críticos, entretanto, dizem que ele violou a democracia e cometeu atrocidades durante a batalha de seu governo contra os guerrilheiros do Sendero Luminoso.

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Fujimori foi condenado em 2009 por ordenar o massacre de 25 pessoas em 1991 e 1992, enquanto seu governo lutava contra o Sendero Luminoso.

Mas ele recebeu indulto na véspera de Natal de 2017 pelo presidente da época, Pedro Pablo Kuczynski. Ele ficou em liberdade por cerca de nove meses antes de um tribunal declarar o indulto nulo.

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