Barco houthi não tripulado detona explosivos no Mar Vermelho um dia após alerta dos EUA

Por Phil Stewart

WASHINGTON (Reuters) - Um barco não tripulado dos houthis carregado com explosivos foi detonado no Mar Vermelho nesta quinta-feira, mas não conseguiu causar danos ou mortes, segundo a Marinha dos Estados Unidos, enquanto o grupo do Iêmen continua seus ataques apesar das cobranças internacionais para interrompê-los.

O mais recente ataque aconteceu um dia depois de 12 países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e Japão, emitirem um comunicado conjunto alertando os houthis de “consequências” não especificadas se eles não interromperem seus ataques. Uma autoridade norte-americano sugeriu na quarta-feira que foi o aviso final.

Os houthis, alinhados com o Irã e que controlam grande parte do Iêmen, tem lançado ondas de ataques com drones explosivos e mísseis contra navios comerciais desde 19 de novembro, tentando inflingir um custo no que dizem ser um protesto contra as operações militares de Israel em Gaza.

A campanha dos houthis atrapalhou extraordinariamente o transporte marítimo internacional, fazendo com que algumas companhias suspendessem o trânsito pelo Mar Vermelho, preferindo a rota mais longa e mais cara por volta da África.

O vice-almirante Brad Cooper, que lidera as forças da Marinha dos EUA no Oriente Médio, disse a repórteres nesta quinta-feira que o barco explosivo dos houthis navegou cerca de 80 quilômetros no Mar Vermelho e explodiu no meio de uma rota marítima densa.

“Aconteceu a alguns quilômetros de navios operando na região -- navios comerciais e da Marinha dos EUA -- e todos nós assistimos enquanto ele explodia”, disse Cooper a repórteres, acrescentando que o alvo do ataque não estava claro.

Cooper afirmou que agora houve 25 ataques dos houthis contra barcos comerciais transitando pelo sul do Mar Vermelho e pelo Golfo de Aden e acrescentou que “não há sinais de que o seu comportamento irresponsável esteja diminuindo”.

Os Estados Unidos e outros países lançaram mês passado a Operação Guardião da Prosperidade para proteger navios civis que, segundo Cooper, agora inclui contribuições de 22 países. Cooper afirmou que até agora navios de guerra dos EUA e de seus parceiros derrubaram dois mísseis de cruzeiro, seis mísseis balísticos anti-navios e 11 drones.

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Questionado se a Operação Guardião da Prosperidade buscaria atingir posições dos houthis para impedi-los de atacar navios, Cooper afirmou que a coalizão de 22 nações tem uma natureza puramente defensiva.

“Tudo que acontecer fora do aspecto defensivo desta operação é uma operação completamente diferente”, disse.

Os houthis afirmaram que seus ataques contra navios comerciais visam barcos com ligações israelenses ou que tenham destino a Israel.

Mas muitos navios não tinham conexão israelense ou se dirigiam aos portos de Israel, e grandes companhias marítimas suspenderam suas operações pelo Mar Vermelho.

Cooper afirmou que os navios atacados têm conexões diretas com 55 países.

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