Em ilha grega, voluntários reformam túmulos de refugiados que morreram no mar

Por Elias Marcou

LESBOS, Grécia (Reuters) - Sob um céu nublado na ilha grega de Lesbos, Safika, uma afegã em busca de asilo, colocou uma rosa vermelha no túmulo de um refugiado que morreu tentando chegar à Europa. A lápide dizia “desconhecido”.

Quase uma década depois que os primeiros corpos de imigrantes em busca de asilo foram enterrados neste campo do vilarejo de Kato Tritos, um grupo de voluntários procurou transformar o terreno abandonado em um cemitério, que foi inaugurado nesta quarta-feira.

Eles passaram meses limpando o terreno, descobrindo e contando os túmulos que haviam desaparecido sob a grama alta ao longo dos anos.

Túmulos feitos de cimento e cobertos com pedrinhas brancas agora substituem os pequenos montes de terra que mal podiam ser identificados por um pedaço de mármore quebrado ou um graveto.

“Eles vêm por (uma) nova vida, uma nova chance. Sinto muito... eles se afogam no mar”, afirmou Sohrab Shirzad, voluntário do Afeganistão.

“Agora, estou feliz porque assim fica muito melhor”, disse.

Fabiola Velásquez, fisioterapeuta nascida no Chile que dirige a instituição de caridade médica Earth Medicine em Lesbos e é uma co-fundadora do projeto, disse que o local agora é “um lugar onde todos que perderam a vida buscando refúgio na Europa podem ser lembrados”.

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