Nova campanha publicitária de Biden mira em condenações criminais de Trump

Por Nandita Bose

WASHINGTON (Reuters) - A campanha do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, terá como alvo as condenações criminais de seu oponente republicano Donald Trump como parte de uma ação publicitária de 50 milhões de dólares antes do primeiro debate presidencial entre os dois candidatos, em 27 de junho.

A ação, um dos maiores gastos com publicidade da campanha até o momento, marca uma mudança notável na abordagem de Biden em relação às condenações de Trump, após a relutância inicial do presidente em falar sobre o assunto para evitar se envolver com os problemas legais do republicano.

"Character Matters" ("Caráter é importante", na tradução) é um anúncio de 30 segundos que diz que "esta eleição é entre um criminoso condenado que só quer saber de si mesmo e um presidente que está lutando por sua família". Ele traça um contraste entre os dois candidatos e será veiculado em todos os Estados decisivos para o pleito a partir desta segunda-feira.

Trump foi condenado por um júri de Nova York em 30 de maio por 34 acusações criminais de falsificação de registros comerciais.

"O desonesto Joe Biden e os democratas usaram o sistema judiciário como arma contra o presidente Trump e esse novo anúncio prova mais uma vez que o julgamento fraudulento sempre teve a intenção de ser uma interferência eleitoral, mas os norte-americanos enxergam isso", escreveu a porta-voz da campanha de Trump, Karoline Leavitt, no X.

Biden e Trump permanecem empatados nas pesquisas nacionais faltando menos de cinco meses para a eleição, enquanto Trump tem a vantagem nos Estados decisivos, segundo levantamentos realizados antes da condenação. Em questões econômicas como inflação, Trump tem uma pontuação mais alta entre os eleitores em geral do que Biden.

A campanha de Biden e vários democratas estavam inicialmente relutantes em enfatizar as condenações de Trump, adotando uma abordagem cautelosa. Eles queriam ver as pesquisas e o feedback dos eleitores antes de reagir com veemência.

No início deste mês, em um evento de arrecadação de fundos com um pequeno grupo de doadores em Connecticut, Biden chamou Trump pela primeira vez de "criminoso condenado" e disse que seu antecessor representa uma ameaça para os EUA se ganhar outro mandato.

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Uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada logo após a condenação de Trump constatou que 10% dos eleitores republicanos disseram que estão menos propensos a votar nele em novembro depois de sua condenação, um número significativo dadas as margens estreitas que decidem as eleições presidenciais dos EUA.

Trump também enfrenta acusações criminais em três outros casos: um caso de interferência eleitoral na Geórgia, um de manuseio indevido de documentos na Flórida e um de interferência eleitoral federal. Ele também está apelando dos resultados de seus julgamentos civis.

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