Zelenskiy retorna a Washington para agradecer apoio e construir relações

Por Patricia Zengerle

WASHINGTON (Reuters) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelinskiy, retorna ao Capitólio dos Estados Unidos nesta quarta-feira para consolidar relações com parlamentares que votarão sobre a futura ajuda ao seu país e agradecê-los pelos 175 bilhões de dólares já aprovados desde a invasão russa, em fevereiro de 2022.

Zelenskiy, que está em Washington para a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desta semana, deve se reunir com os líderes do Senado e da Câmara dos Deputados e com alguns dos comitês envolvidos em defesa, gastos, diplomacia e segurança nacional.

"É uma missão incrivelmente importante e temos que apoiar a Ucrânia", disse o presidente do Comitê de Inteligência do Senado, Mark Warner, à Reuters.

A visita ocorre em meio a uma profunda incerteza sobre a eleição presidencial deste ano nos EUA, que coloca o atual presidente Joe Biden, um forte defensor da ajuda à Ucrânia, contra o ex-presidente Donald Trump, que tem expressado ceticismo.

O desempenho ruim de Biden no debate de 27 de junho contra Trump e sua baixa aprovação popular têm levantado novas dúvidas sobre sua capacidade de vencer o pleito ou de atender às demandas de seu extenuante trabalho por mais quatro anos e meio.

A Reuters informou no mês passado que dois assessores de Trump apresentaram a ele um plano para acabar com a guerra na Ucrânia, se ele vencer a eleição de 5 de novembro. O plano envolve dizer que Kiev só receberá mais armas dos EUA se entrar em negociações de paz.

No Congresso, dezenas de aliados mais próximos de Trump votaram repetidamente contra a ajuda ao governo de Zelenskiy, embora democratas e republicanos tenham trabalhado juntos para aprovar os 175 bilhões de dólares em apoio.

O presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, um aliado próximo de Trump, mudou de posição em abril -- meses depois de Biden ter solicitado o dinheiro -- e permitiu que a Casa votasse e aprovasse 61 bilhões de dólares em assistência para a Ucrânia.

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Quando Zelenskiy visitou o Congresso pela última vez, em dezembro, Johnson havia dito que não apoiaria o pedido de Biden para financiamento adicional.

A Câmara aprovou o pacote de gastos suplementares por 311 a 112, sendo que os votos negativos vieram de republicanos próximos a Trump. A votação fomentou as preocupações de que o Partido Republicano não aprovará mais dinheiro para a Ucrânia se ganhar o controle da Câmara, do Senado e da Casa Branca em novembro.

No entanto, Johnson disse em seu primeiro grande discurso sobre segurança nacional nesta semana que a Rússia representa uma ameaça além da Ucrânia. Segundo ele, os eleitores norte-americanos têm expressado apoio à ajuda enquanto viajava pelo país.

"As pessoas entendem que (o presidente russo Vladimir Putin) não pararia se tomasse Kiev. Na minha opinião, ele é um ditador implacável", disse Johnson.

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