PT diz que eleição de Maduro na Venezuela foi 'democrática e soberana'
A Executiva Nacional do PT disse, em nota divulgada no final da noite desta segunda-feira (29), que o processo eleitoral na Venezuela foi uma jornada "pacífica, democrática e soberana". O ditador Nicolás Maduro foi proclamado presidente, mas as atas da eleição não foram divulgadas.
O que aconteceu
PT diz que Maduro deve agora "dialogar com a oposição" para superar os graves problemas do país. "Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolás Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela", diz a nota.
Executiva do PT diz que seguirá "vigilante" na América Latina. "O PT seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa", finaliza a nota.
Presidente Lula, aliado histórico de Maduro, ainda não se manifestou sobre o caso. Na agenda de Lula desta terça consta um telefonema para o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o tema eleições na Venezuela deve ser debatido.
Oposição venezuelana não reconhece vitória de Maduro e diz que as eleições foram fraudadas. O ditador expulsou os embaixadores de países que não aceitaram sua eleição e definiu como "drogados e armados" os manifestantes que protestam contra ele em cidades venezuelanas após sua proclamação como presidente.
Sem reconhecer vitória de Maduro, governo Lula cobrou publicação de dados. O governo brasileiro deixou claro que a publicação dos dados desagregados de cada uma das sessões é fundamental para a legitimidade do pleito.
Celso Amorim, que foi à Venezuela, declarou que espera que o resultado "seja respeitado por todos os candidatos". "O presidente Lula vem sendo informado ao longo do dia. Vamos aguardar os resultados finais e esperamos que sejam respeitados por todos os candidatos", disse o assessor para Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto.
O que disse Maduro
Maduro definiu o resultado como "irreversível". "Assumo o mandato do povo para ser seu presidente e levar nosso país à paz e prosperidade, à união nacional através do diálogo e, como esse resultado, a ser irreversível a paz, a igualdade, a independência nacional. Isso que tem que ser irreversível, a paz e a união, entre todos e todas".
Durante o discurso, o ditador afirmou também "que não haverá fraqueza" contra adversários. "Desta vez não haverá nenhum tipo de fraqueza. Desta vez, na Venezuela, a Constituição será respeitada, a lei será respeitada e nem o ódio, nem o fascismo, nem a mentira, nem a manipulação prevalecerão", disse o ditador. Ele ainda disse que "estão tentando dar um golpe de Estado na Venezuela".
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