Conteúdo publicado há 1 mês

Ex-ditador Alberto Fujimori pretende se candidatar de novo no Peru

Alberto Fujimori, que governou o Peru com punho de ferro entre 1990 e 2000 em meio a escândalos de corrupção e violações de direitos humanos, planeja concorrer à Presidência em um cenário de incerteza política e polarização.

A sua filha Keiko, que tentou sem sucesso a Presidência em três ocasiões diferentes, anunciou a notícia no domingo (14), atraindo as atenções para o ex-presidente de 85 anos, que foi libertado da prisão em dezembro depois que um tribunal de apelação restabeleceu o seu perdão.

Especialistas jurídicos e analistas, contudo, questionam a sua viabilidade para o pleito de 2026 por conta das suas condenações prévias.

"Um perdão presidencial o exonerou da prisão, mas o seu status legal é de alguém que não cumpriu a sua pena", disse Anibal Quiroga, um advogado constitucionalista, que afirma que o artigo 33º da Constituição peruana retira os direitos políticos após sentenças de prisão por condenações criminais.

Fujimori deve US$ 15 milhões em danos civis em três casos separados. Especialistas dizem que a sua candidatura deve ser decidida pela autoridade eleitoral do país.

"A ambição política de Fujimori sem medir as consequências pode colocar o país em mais incerteza", disse Quiroga.

Há pelo menos 30 partidos registrados para a eleição de 2026 e Gonzalo Banda, um analista político peruano, disse que Fujimori tenta restabelecer o seu partido como a força dominante na direita.

O movimento político de Keiko e Fujimori se distanciou do ex-presidente condenado em eleições recentes, tentando se apresentar como mais moderado e se desculpando pelos erros cometidos durante seu governo. Ao perder várias eleições na sequência, contudo, Banda afirma que há uma "guinada" rumo a políticas tradicionais da direita mais dura.

O anúncio de Fujimori pai indica aos eleitores que o seu partido está voltando para as suas raízes de direita em um momento em que o crime e a violência representam grandes preocupações, afirma Banda, mesmo se ele não chegar ao segundo turno.

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Para ser eleito no primeiro turno, um candidato precisa de uma maioria de 50%, caso contrário os dois primeiros colocados disputam uma segunda rodada.

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