Greves no Judiciário crescem no México contra reforma e moeda do país se desvaloriza

Por Diego Oré e Raul Cortes

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Juízes e magistrados uniram-se à greve nesta quarta-feira para protestar contra a reforma do Judiciário proposta pelo presidente em final de mandato Andrés Manuel López Obrador e geraram tumulto no mercado, com o peso caindo mais de 2%.

A controversa reforma, na qual juízes -- incluindo os da Suprema Corte -- seriam eleitos pelo voto popular, é uma das maiores prioridades de López Obrador, que considera a medida fundamental para combater a impunidade e a corrupção.

Os mercados, no entanto, estão no limite desde que o partido da situação Morena conquistou fatia ainda maior do Congresso na eleição de junho do que o previsto, efetivamente garantindo a capacidade de passar reformas constitucionais quando os novos mandatos começarem, no mês que vem.

"Estamos nos dirigindo para uma crise constitucional sem precedentes, uma crise que, se não for bloqueada, vai deixar cicatrizes profundas", disse nesta quarta-feira Juana Fuentes, presidente do sindicato de magistrados e juízes. 

Fuentes disse que a greve vai continuar até que a proposta seja descartada, mas o Judiciário vai continuar atendendo casos urgentes.

Na terça-feira, o banco de investimento Morgan Stanley rebaixou a nota do México para "underweight", dizendo que a reforma do Judiciário "deve aumentar o risco" e pode afetar o investimento.

O peso mexicano caiu mais de 2% durante a tarde e a bolsa Mexicana caiu 0.6%.

López Obrador criticou a greve e disse que ela não mudaria sua opinião sobre a reforma.

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"Nada está acontecendo com o movimento deles, não importa, porque eles não servem à população", disse o presidente durante uma coletiva de imprensa matinal regular.

(Reportagem de Diego Oré e Raul Cortes)

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