Líderes internacionais vão à América do Sul para cúpulas com nova Presidência de Trump em foco
Por Lucinda Elliott
LIMA (Reuters) - Líderes mundiais estão viajando para a América do Sul a fim de comparecer a duas cúpulas neste mês, onde um assunto predominará: a segunda Presidência de Donald Trump nos Estados Unidos.
O Peru é a primeira parada, para o fórum da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), de 13 a 15 de novembro, seguido por uma cúpula do G20 no Brasil, de 18 a 19 de novembro. O mês movimentado também é marcado pela COP29, que está em andamento no Azerbaijão.
Para os líderes da região da Ásia-Pacífico, o fórum da Apec na quinta-feira será a primeira vez que eles se reunirão desde a eleição presidencial dos EUA em 5 de novembro, que terminou com a vitória de Trump, após o republicano prometer durante a campanha mudanças acentuadas em questões que vão desde tarifas comerciais até a abordagem em relação ao aquecimento global.
A agenda formal do fórum organizado pelo Peru inclui esforços para financiar a transição energética, regulamentar tecnologias emergentes, formalizar economias e melhorar a logística marítima.
Mas os diplomatas do bloco de 21 membros disseram que a promessa de Trump de erguer barreiras comerciais para os parceiros dos EUA ofuscará a cúpula. Os membros da Apec são responsáveis por quase metade do comércio mundial.
Os países membros ainda estão preocupados com a abordagem linha-dura de Trump em relação à China, disse um diplomata.
Os líderes também tentarão calcular como lidar com outros novos relacionamentos após um ano de diversas eleições ao redor do mundo. Há novos líderes na Indonésia, Japão, México e Vietnã, que estão indo para a capital peruana.
"Muito disso será um um primeiro encontro para os grandes líderes", disse Erin Murphy, membro sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. "Haverá menos foco na agenda da Apec, e mais em - como vamos trabalhar juntos no novo mundo no próximo ano?"
O presidente dos EUA, Joe Biden, viajará para Lima, e a equipe de transição de Trump também deve enviar representantes.
No entanto, o impacto de Biden será limitado, dada a vitória esmagadora de Trump na eleição, disseram os diplomatas.
O Peru quer reviver um antigo plano da Apec para estabelecer uma área de livre comércio para toda a Ásia-Pacífico, disse o ministro das Relações Exteriores, Elmer Schialer, mas os analistas veem isso como incerto sem o apoio dos EUA.
Para o presidente chinês, Xi Jinping, a Apec marca um retorno à América Latina pela primeira vez desde a pandemia da Covid-19. Ele também inaugurará um mega porto construído pela China na costa peruana.
"Esta é uma boa oportunidade para Xi aparecer, especialmente quando parece que as coisas nos EUA podem estar instáveis", disse Murphy.
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