Trump escolhe Robert F. Kennedy Jr. para dirigir principal agência de saúde dos EUA

Por Stephanie Kelly

NOVA YORK (Reuters) - O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, escolheu Robert F. Kennedy Jr., um ativista ambiental que espalhou desinformações sobre vacinas, para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), a principal agência de saúde do país, anunciou seu filho Donald Trump Jr. nesta quinta-feira.

Kennedy concorreu à Presidência nas eleições deste ano como candidato independente antes de desistir em agosto e apoiar Trump, em troca de um cargo no governo do republicano.

"Ele vai ajudar a tornar os Estados Unidos saudáveis novamente", disse Trump em seu discurso de vitória em 6 de novembro. "Ele quer fazer algumas coisas, e vamos deixá-lo trabalhar", disse.

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos supervisiona a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla inglês), os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), os Institutos Nacionais de Saúde e os enormes programas Medicare e Medicaid, que fornecem cobertura de saúde para pobres, pessoas com 65 anos ou mais e deficientes.

Os dezenas de milhões de inscritos no Medicaid e no Medicare significam que o HHS teve um orçamento de 3,09 trilhões de dólares para o ano fiscal de 2024, o que representou 22,8% do orçamento federal dos EUA.

PRIORIDADES DE KENNEDY

Kennedy, filho e sobrinho de dois titãs da política democrata, faz parte da equipe de transição de Trump e tem analisado currículos de candidatos aos principais cargos das agências de saúde dos EUA.

Em publicações na plataforma de mídia social X e entrevistas nas últimas semanas, Kennedy indicou que suas prioridades incluem abordar o que ele chama de "epidemia de doenças crônicas", incluindo obesidade, diabetes e autismo, e reduzir produtos químicos nos alimentos.

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Apesar dos altos níveis de gastos com saúde e produtos farmacêuticos, os norte-americanos são menos saudáveis do que seus pares em países ricos ao redor do mundo, de acordo com um relatório do Commonwealth Fund em 2023.

Kennedy também sugeriu que esvaziará a FDA, que tem 18.000 funcionários e garante a segurança de alimentos, remédios e dispositivos médicos, e substituirá centenas de funcionários nos Institutos Nacionais de Saúde.

"A guerra da FDA contra a saúde pública está prestes a terminar", escreveu, no X, no final de outubro, acrescentando que isso inclui sua "supressão agressiva" de psicodélicos, peptídeos, células-tronco, leite cru, luz solar e outros itens.

"Se você trabalha para a FDA e faz parte desse sistema corrupto, tenho duas mensagens para você: 1. Preserve seus registros e 2. Faça suas malas", escreveu.

No início de novembro, ele disse que recomendaria que o fluoreto fosse removido dos suprimentos públicos de água, alegando falsamente no X que o produto químico está associado a fraturas ósseas e câncer. A American Dental Association afirma que a intervenção realizada há décadas reduz a cárie dentária em mais de 25% em adultos e crianças.

Kennedy criticou, em setembro, um artigo de opinião do New York Times sobre o medicamento para perda de peso Ozempic, dizendo: "Em vez de consertar nosso sistema alimentar e abordar a crise da obesidade em sua raiz, o autor se concentra em um medicamento que pode aliviar o sintoma -- e alegrar as carteiras de executivos distantes da Big Pharma"

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VACINAS

Kennedy tem sido criticado por fazer afirmações médicas falsas, incluindo a de que vacinas estão ligadas ao autismo. Ele se opôs às restrições estaduais e federais impostas durante a pandemia da Covid-19 e foi acusado de espalhar desinformação sobre o vírus.

Ele também contesta o rótulo de antivacina, dizendo que deseja testes mais rigorosos para elas. No entanto, presidiu a Children's Health Defense, uma organização sem fins lucrativos que se concentra em mensagens antivacina.

(Reportagem de Jasper Ward)

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