Alívio das sanções à Síria é prematuro por enquanto, diz autoridade da UE
Por Suleiman Al-Khalidi
AMÃ (Reuters) - A União Europeia não suspenderá as sanções à Síria antes que seus novos governantes garantam que as minorias não sejam perseguidas e que os direitos das mulheres sejam protegidos dentro de um governo unificado que rejeite o extremismo religioso, disse a principal diplomata do bloco, Kaja Kallas.
Uma reunião de ministros estrangeiros da UE em Bruxelas na segunda-feira, que tinha a Síria na agenda, não discutirá a expansão do apoio financeiro ao país para além do já fornecido pelo bloco através de agências das Nações Unidas, disse a nova chefe de política externa da União Europeia.
"Uma das questões é se seremos capazes de, no futuro, olhar para a adaptação do regime de sanções. Mas claramente esta não é a questão de hoje, mas sim do futuro, quando virmos que os passos vão na direção certa", disse Kallas em entrevista à Reuters.
Embora a UE tenha em vigor um regime de sanções duras contra a Síria, o grupo rebelde Hayat Tahrir al-Sham (HTS) que liderou a queda do presidente sírio, Bashar al-Assad, também está sob sanções há anos, complicando as coisas para a comunidade internacional.
A UE já era o maior doador de ajuda humanitária à Síria, disse Kallas. "Precisamos discutir o que mais podemos fazer. Mas, como eu disse, não pode ser um cheque em branco", acrescentou.
Kallas falou depois de participar de uma conferência na Jordânia, no sábado, que reuniu potências regionais e ocidentais para discutir o futuro da Síria pós-Assad. Os diplomatas concordaram que a proteção das minorias sírias é uma grande preocupação. "A Síria enfrenta um futuro esperançoso mas incerto", afirmou Kallas, que faz a sua primeira visita ao Médio Oriente no seu novo cargo.
Os novos líderes interinos da Síria deram “sinais positivos”, mas não foram suficientes, afirmou a diplomata. "Eles serão julgados pelos atos, não apenas pelas palavras. Portanto, as próximas semanas e meses mostrarão se os seus atos estão indo na direção certa", concluiu.
(Reportagem de Suleiman Al-Khalidi)
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