UE diz que "retirada incondicional" russa da Ucrânia é condição para alterar sanções

Por Julia Payne e Jan Strupczewski

BRUXELAS (Reuters) - A retirada de todas as forças russas da Ucrânia seria uma das principais condições para suspender ou alterar as sanções da União Europeia, disse a Comissão Europeia nesta quarta-feira.

Os Estados Unidos chegaram a acordos separados na terça-feira com a Ucrânia e a Rússia para interromper os ataques no mar e contra alvos energéticos, com Washington concordando em pressionar para suspender algumas sanções contra Moscou.

A UE não foi convidada para essas negociações. A Comissão afirmou que a UE saudou o acordo entre Washington e Kiev.

"O fim da agressão russa não provocada e injustificada na Ucrânia e a retirada incondicional de todas as forças militares russas de todo o território da Ucrânia seria uma das principais pré-condições para alterar ou suspender as sanções", disse a porta-voz da UE para assuntos estrangeiros e política de segurança, Anitta Hipper, em um comunicado.

A Rússia afirmou na terça-feira que os Estados Unidos concordaram em ajudá-la a suspender uma série de sanções ocidentais e restrições a empresas de alimentos, fertilizantes e transporte como pré-condições para um acordo de segurança marítima no Mar Negro.

Diplomatas disseram à Reuters que a maior parte das restrições listadas pelo Kremlin está relacionada a sanções e restrições da União Europeia.

A Comissão acrescentou que o bloco não tem sanções direcionadas a produtos agrícolas, mas "tarifas proibitivas" sobre produtos de grãos importados da Rússia e de Belarus, que entraram em vigor em 1º de julho.

Outras tarifas sobre mais produtos agrícolas, bem como sobre alguns fertilizantes, ainda estão sendo discutidas.

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Os países da União Europeia renovaram as duas estruturas de sanções do bloco contra a Rússia por mais seis meses no final de janeiro e neste mês. Quaisquer mudanças nas sanções exigem unanimidade entre seus 27 Estados membros.

"A Rússia deve agora demonstrar vontade política genuína para pôr fim à sua guerra de agressão ilegal e não provocada", acrescentou Hipper.

"A experiência tem mostrado que a Rússia deve ser julgada por suas ações, não por suas palavras."

(Reportagem de Julia Payne)

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