Homem confessa ter assediado jovem em Paris após vídeo de agressão viralizar
O suspeito havia sido detido na segunda-feira (27) em Paris. Conhecido por outros atos de violência e agressão em sua própria família, o homem havia sido internado em um hospital psiquiátrico no início do mês.
Ao ser interrogado, ele assumiu a agressão rapidamente. “Ele confessou todos os fatos antes mesmo de uma acareação. Não tive que encontrá-lo, o que foi um alívio”, conta a vítima.
A história começou quando Marie, 22 anos, denunciou em 25 de julho, no Facebook, como um homem a abordou fazendo "ruídos, comentários, assobios e movimentos de língua de uma forma humilhante e provocadora". Instintivamente, a jovem reagiu, dizendo para o agressor "calar a boca". "Eu não tolero este tipo de comportamento. Não posso ficar calada, e nós não podemos mais nos calar", escreveu em sua rede social.
No entanto, o homem não gostou de ser repreendido e jogou-lhe um cinzeiro que estava em uma mesa na calçada de um café. Em seguida, se aproximou e deu um soco no rosto da jovem. "Ele me agrediu no meio da rua, à luz do dia, diante de dezenas de testemunhas", relatou Marie.
A publicação foi acompanhada de toda a cena, filmada por uma câmera de vigilância do café que fica em frente ao local onde a agressão aconteceu. Os donos do estabelecimento entregaram a gravação à vítima, que publicou as imagens nas redes sociais e apresentou queixa na polícia. O vídeo viralizou, e Marie foi entrevistada pela imprensa francesa e internacional.
“Foi uma grande sorte ter conseguido esse vídeo e ter essa repercussão na mídia. Isso ajudou a desbloquear o processo para avançar a investigação”, disse a jovem nessa quarta-feira. “Esse caso foi muito simbólico, pois é como um recado para as pessoas que têm esse tipo de comportamento inadmissível”, declarou.
Mobilização social e política
Com o apoio de militantes feministas, Marie lançou uma plataforma on-line para que outras mulheres possam dar seu depoimento, se forem assediadas, ou agredidas nas ruas. No início do mês, o Parlamento francês, que já debatia a questão das agressões de caráter sexual, votou uma lei contra a violência visando as mulheres, instaurando o crime de "ultraje sexista" por assédio nas ruas, passível de pesada multa.
Ainda não há informações sobre o tipo de condenação ou pena que será imposta ao agressor de Marie Laguerre.
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