Nova acusação prorroga detenção de Carlos Ghosn no Japão
A saga do ex-todo poderoso da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, preso desde 19 de novembro em Tóquio, quando aterrissou em seu jato particular, é acompanhada com muito interesse no Japão. O episódio mais recente é que a justiça japonesa decidiu prolongar sua detenção até 1° de janeiro. A imprensa francesa também segue o desenrolar do destino do executivo franco-líbanês brasileiro, de 64 anos.
A saga do ex-todo poderoso da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, preso desde 19 de novembro em Tóquio, quando aterrissou em seu jato particular, é acompanhada com muito interesse no Japão. O episódio mais recente é que a justiça japonesa decidiu prolongar sua detenção até 1° de janeiro. A imprensa francesa também segue o desenrolar do destino do executivo franco-líbanês brasileiro, de 64 anos.
A prorrogação é um novo problema judicial para Ghosn, depois que na sexta-feira (21) os promotores emitiram uma nova ordem de detenção por "abuso de confiança".
O correspondente no Japão do jornal Les Echos conta que os investigadores teriam encontrado, após buscas na casa de Ghosn, documentos que revelam operações financeiras fraudulentas no final dos anos 2000 e que teria custado milhões de dólares à Nissan. Trata-se de um uso indevido de fundos que não figurou na investigação interna, feita em segredo pela Nissan contra o próprio presidente.
Um executivo da Nissan, sob anonimato, disse a Les Echos esperar que a Renault se conscientize da gravidade do uso indevido de fundos por Ghosn, que continua à frente da empresa francesa, depois de ser afastado dos conselhos de administração da Nissan e Mitsubishi.
De modo concreto, os promotores o censuram por ter feito com que a Nissan cobrisse "perdas em investimentos pessoais" durante a crise financeira de outubro de 2008, algo que ele nega, segundo o canal público NHK. O valor em questão chega a 1,85 bilhão de ienes, o equivalente a quase R$ 65 milhões.
Ajuda de amigo saudita
Segundo as investigações, o executivo teria pedido a um amigo da Arábia Saudita que atuasse como seu avalista, fazendo uma transferência bancária para essa pessoa, a partir de uma conta de uma filial da Nissan, explica o suplemento econômico de Le Figaro.
Esse tipo de delito normalmente prescreve após sete anos, mas a lei permite suspender a contagem durante os períodos passados no exterior, numerosos no caso de Ghosn, que passava apenas um terço de seu tempo no Japão.
Seu braço direito, o americano Greg Kelly, também foi detido em 19 de novembro. Os dois são suspeitos de dissimulação de renda entre 2015 e 2018 por um valor de 4 bilhões de ienes, equivalente a mais de R$ 64 milhões.
Para o jornal Aujourd’hui em France, a posição de Ghosn à frente da Renault está mais frágil que nunca. O grupo francês mantém o executivo no cargo e designou como diretor executivo “provisório” o número dois na hierarquia, o francês Thierry Bolloré.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.