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Bangladesh: em eleições marcadas pela violência, oposição denuncia fraude

30/12/2018 13h57

A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, deve celebrar uma grande vitória nas eleições legislativas deste domingo (30), de acordo com resultados parciais, que a oposição rejeitou imediatamente, denunciando a fraude, em meio a uma violência letal.

A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, deve celebrar uma grande vitória nas eleições legislativas deste domingo (30), de acordo com resultados parciais, que a ...

A coalizão de Sheikh Hasina já conquistou 61 dos 300 assentos do Parlamento contra um único da oposição, anunciou o canal 24 da TV local. Ela deve ter pelo menos 151 para vencer a eleição.

Em algumas zonas eleitorais, seus candidatos tiveram dezenas de milhares de votos a mais do que seus oponentes, segundo a mesma fonte.

"Exortamos a Comissão Eleitoral a cancelar imediatamente estes resultados", disse à imprensa Kamal Hossain, o "pai" da Constituição Bangladesh, que é, aos 82 anos, uma das mais importantes figuras da oposição.

"Exigimos que novas eleições sejam realizadas o quanto antes por um governo neutro", acrescentou.

À frente do governo há dez anos, Sheikh Hasina, 71 anos, cujo pai, Mujibur Rahman,  foi o primeiro presidente de Bangladesh, conquista, assim, seu quarto mandato (o terceiro consecutivo de cinco anos desde 2008, depois de uma primeira passagem pelo poder de 1996 a 2001), um recorde na história deste país.

Violência e mortes

As eleições foram marcadas por confrontos entre apoiantes da Liga Awami, no poder, e o Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), a principal formação da oposição, em que cerca de dez pessoas morreram.

Três outros foram mortos por disparos de membros das forças de segurança que protegiam as seções eleitorais, enquanto um assessor da polícia foi morto a tiros por opositores armados, disseram autoridades.

Hasina é muito popular entre seus compatriotas graças a um período de grande crescimento econômico e por ter feito com que Bangladesh perdesse sua imagem de país pobre. Ela também recebeu centenas de milhares de rohingya que fugiram de Mianmar.

Mas seus detratores a descrevem como um autocrata que prendeu sua adversária Khaleda Zia e reprimiu a dissidência com prisões em massa, desaparecimentos forçados e leis severas que amordaçam a imprensa.

(Com informações da AFP)