Topo

Impasse: Reino Unido quer renegociar Brexit, mas UE se opõe

29/01/2019 19h40

Os deputados britânicos da Câmara dos Comuns deixaram clara nesta terça-feira (29) sua oposição a que o Reino Unido saia da União Europeia de forma abrupta, sem acordo com Bruxelas - o chamado No Deal Brexit. Neste contexto, a premiê britânica Theresa May foi autorizada a renegociar o acordo do divórcio. O Conselho Europeu, no entanto, já avisou que muitos pontos, como a fronteira física entre Irlanda do Norte e República da Irlanda, não são "renegociáveis".

Os deputados britânicos da Câmara dos Comuns deixaram clara nesta terça-feira (29) sua oposição a que o Reino Unido saia da União Europeia de forma abrupta, sem acordo com Bruxelas – o chamado No Deal Brexit. Neste contexto, a premiê britânica Theresa May foi autorizada a renegociar o acordo do divórcio. O Conselho Europeu, no entanto, já avisou que muitos pontos, como a fronteira física entre Irlanda do Norte e República da Irlanda, não são “renegociáveis”.

Sete emendas foram submetidas à votação nesta terça-feira (29), mas apenas duas foram aprovadas pela maioria da Câmara dos Comuns. Uma das emendas vitoriosas, apresentada pela deputada conservadora Caroline Spelman e sua colega da oposição, a trabalhista Jack Dromey, obteve 318 votos a favor e 310 contra no Parlamento britânico. O texto exige que se exclua a possibilidade de um Brexit sem acordo, que poderia trazer consequências catastróficas para o país.

Os parlamentares britânicos também votaram, nesta terça-feira (29), em favor da alteração do acordo do Brexit, negociado com a União Europeia, em particular no que diz respeito a uma disposição destinada a impedir a volta de uma fronteira física – o chamado backstop - entre a província britânica da Irlanda do Norte e da República da Irlanda.

Antes da votação, vencida por 317 votos contra 301, a primeira-ministra britânica Theresa May avaliou que esta segunda emenda, depositada pelo conservador Graham Brady, lhe daria poder para reabrir as negociações, uma disposição que Bruxelas até agora se recusou a aprovar, a apenas dois meses do Brexit.

"Agora está claro que é possível reunir uma maioria na Câmara ", comemorou Theresa May, que declarou que vai solicitar ajustes legais para o “acordo de saída da EU”.

Em Bruxelas, no entanto, um porta-voz de Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, afirmou nesta terça-feira que o backstop era “parte do acordo com Londres” e que ele não era “renegociável”. "O acordo do Brexit não é renegociável, as conclusões da cúpula de dezembro da UE são muito claras neste ponto", disse ainda o porta-voz.

Negociação com UE será “muito difícil”

Para a premiê britânica, o bloco europeu não deseja negociar. “A negociação não vai ser fácil. Mas esta câmara deixou claro o que exige para aprovar um acordo de saída. Este Parlamento disse também que não quer sair sem acordo. Mas se posicionar contra uma saída sem acordo não é suficiente para impedir uma saída sem acordo", declarou Theresa May, numa primeira reação ao resultado da votação.

A chefe do governo reafirmou o seu convite ao líder dos Trabalhistas, e um de seus maiores opositores, Jeremy Corbyn, para dialogar e, em conjunto, tentar chegar a um acordo de saída da UE. "Estamos preparados para nos encontrarmos e dialogar", respondeu o líder trabalhista.