Palestinos acusam Honduras de agressão: país reconhece Jerusalém como capital de Israel
A Autoridade Palestina anunciou nesta quinta-feira (29) sua intenção de registrar uma queixa às Nações Unidas contra Honduras, depois que esse Estado da América Central anunciou a abertura de uma missão diplomática em Jerusalém. Israel vê Jerusalém como sua capital "unificada e indivisível", mas os palestinos reivindicam a parte oriental da cidade como a capital do Estado a que aspiram.
O presidente de Honduras, Juan Orlando Hernandez, que deve iniciar uma viagem oficial a Israel nesta sexta-feira (29), abrirá um "escritório diplomático" em Jerusalém, reconhecendo a Cidade Santa como a capital do estado de Israel, disse o governo hondurenho na terça-feira (27).
A promessa de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de transferência da embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém em maio de 2018, saudada como histórica por Israel, foi amplamente condenada pela comunidade internacional.
Somente a Guatemala seguiu o exemplo norte-americano, mas o presidente hondurenho anunciou na terça-feira que a abertura desta missão seria "o reconhecimento de Jerusalém como capital do Estado de Israel", apresentando o "escritório diplomático" como um "extensão" da embaixada, agora localizada em Tel Aviv.
Em uma declaração, o Ministério das Relações Exteriores da Palestina confirmou que iria apresentar uma queixa formal contra Honduras ao Secretário-Geral das Nações Unidas. Ele chamou a decisão hondurenha de "agressão direta" ao povo palestino e "flagrante violação do direito internacional e sua legitimidade".
Ocupação israelense
Desde 1967, Israel ocupa a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, que foram posteriormente anexadas, uma decisão nunca reconhecida pela comunidade internacional. O status de Jerusalém é uma das questões mais difíceis do insolúvel conflito israelense-palestino.
Em um comunicado, Hanane Achraoui, uma alta autoridade palestina, disse que os líderes "reavaliam suas relações com Honduras".
"O status de Jerusalém como cidade ocupada é aprovado pela grande maioria dos Estados, de acordo com suas obrigações legais e morais de defender o direito internacional", acrescentou.
Achraoui também condenou o minúsculo Estado insular de Nauru, no Oceano Pacífico, que recentemente reconheceu Jerusalém como a capital de Israel.
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