Coronavírus: três pacientes fogem de quarentena pulando da janela na Rússia
Uma pulou da janela do hospital, a outra desativou a porta eletrônica de seu quarto. Duas mulheres, uma delas acompanhada do filho, fugiram da quarentena imposta a casos suspeitos de coronavírus Covid-19 na Rússia.
Os incidentes foram registrados no momento que em a doença já deixou 1.367 mortos e infectou 60 mil pessoas na China. Na Rússia, apenas dois casos do coronavírus foram registrados desde o início da epidemia, em dezembro passado. No entanto, temendo que o Covid-19 se espalhe pelo país, as autoridades russas endureceram as medidas de precaução.
Uma das contestadas decisões foi hospitalizar centenas de cidadãos que estiveram recentemente na China, divide uma fronteira de 4 mil quilômetros com a Rússia. Muitas das pessoas colocadas em quarentena forçada reclamam das más condições dos hospitais e dos maus-tratos por parte dos médicos.
É o caso dos três pacientes que fugiram da quarentena na Rússia. As duas mulheres e a criança voltaram recentemente de Hainan, uma região tropical da China popular entre turistas russos.
Curto-circuito na porta eletrônica
Alla Ilyina, de 32 anos, afirma que foi a um centro de saúde de São Petersburgo ao retornar da viagem a Hainan porque estava com dor de garganta. Contra a vontade, foi colocada em confinamento em um quarto onde permaneceu durante dois dias, mesmo após a realização de três exames que apontaram que ela não havia contraído o coronavírus.
Com a insistência dos médicos que permacesse hospitalizada, a russa resolveu agir. "Eu provoquei um curto circuito na porta eletrônica de meu quarto e a abri. Eu estudei Física, o que me ajudou", afirmou, em entrevista ao jornal The Moscow Times.
Fuga pela janela
Um caso similar aconteceu com outra russa e o filho, Leo: o caso foi relatado na conta em que usa o nome de Guzel Neder, no Instagram. A família havia passado férias em Hainan e, quatro dias após a volta à cidade natal de Samara, no sudoeste da Rússia, o garoto teve febre e tosse.
A mãe chamou os serviços de emergência, que diagnosticaram uma infecção respiratória no menino. A recomendação era que ambos procurassem um hospital para realizar o teste do coronavírus. Cinco dias após o exame, Leo respondia bem ao tratamento, mas o hospital se recusava a liberá-los.
Guzel Neder também comenta a falta de rigor dos médicos, que transitavam entre os quartos de quarentena sem máscaras e jogavam suas roupas de proteção no chão. "Meu filho estava histérico. Não havia outra solução possível, então deixamos o hospital sem autorização, pela janela", escreve no post.
"Não esperávamos que, ao ligarmos para a ambulância, eles nos colocariam em confinamento durante cinco dias em um hospital especializado em doenças infecciosas que viola as regras sanitárias. Havia o risco de nos contaminarmos lá", explica.
Suicídio por suspeita de coronavírus
Um indiano se suicidou, convencido de que teria sido contaminado pelo novo coronavírus - informaram autoridades locais nesta quinta-feira (13), acrescentando que pretendem reforçar sua luta contra a desinformação e a psicose deflagradas pela epidemia de pneumonia viral.
O homem de 50 anos, pai de três filhos, visitou um hospital do sul da Índia para se submeter a exames de sangue, após assistir a vídeos sobre a epidemia do Covid-19. "Todos os exames dele eram normais, com exceção de uma infecção urinária, para a qual se recomendou tratamento", anunciou Penchalaiah, uma autoridade de saúde do distrito de Chittoor, no estado de Andhra Pradesh. "Ele entrou em pânico e rasgou os resultados dos exames. Depois se suicidou", acrescentou a mesma fonte, sem informar se o homem tinha antecedentes psiquiátricos.
Na Índia, até o momento, foram detectados três casos do coronavírus, conforme o Ministério da Saúde do país. Fora da China continental, incluindo as regiões autônomas de Hong Kong e Macau, foram confirmados quase 500 casos de contágio em 30 países e territórios. Até o momento, não há registro de casos na América Latina, nem na África.
Após a China, o Japão é o país com o maior número de contaminações. São 28 casos no país e ao menos 218 a bordo do cruzeiro "Diamond Princess", em quarentena em Yokohama.
Tóquio anunciou a primeira morte pela doença nesta quinta-feira: uma mulher de 80 anos. Segundo o governo japonês, ainda não está claro que o vírus tenha sido a causa direta do falecimento da idosa.
A pouco mais de 5 meses da abertura dos Jogos Olímpicos na capital japonesa, no final de julho, o presidente do comitê de organização Yoshimo Mori reiterou que não há nenhum plano de cancelamento ou adiamento das provas por causa da epidemia.
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