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Trump sugere que esteve "perto da morte" e vai discursar em público após covid

O presidente Donald Trump após deixar o Hospital Militar Walter Reed  - Win McNamee/Getty Images
O presidente Donald Trump após deixar o Hospital Militar Walter Reed Imagem: Win McNamee/Getty Images

10/10/2020 12h56

Na tentativa de relançar sua campanha e diminuir a desvantagem nas pesquisas contra o candidato democrata, Joe Biden, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, volta neste sábado (10) a discursar em público, pela primeira vez desde que anunciou, há oito dias, que tinha Covid-19.

A três semanas das eleições presidenciais americanas, Trump, de 74 anos, garantiu que o tratamento experimental que recebeu, criado pela empresa Regeneron, "é uma cura" para o novo coronavírus: tratam-se de anticorpos que ajudam o sistema imunológico a combater o SARS-Cov-2, testados com sucesso em centenas de pacientes, mas que ainda não foram autorizados pela FDA (Federal Drugs Administration).

O presidente anunciou que participaria de dois eventos públicos: um neste sábado, em Washington, e outro na segunda-feira, na Flórida. Trump se recusou a participar do debate programado para a próxima quinta-feira (15), que acabou sendo cancelado, depois que os organizadores decidiram adotar um formato online, por conta da contaminação do presidente. Um outro encontro presencial entre Biden e Trump, antes das eleições, está previsto para o dia 22 de outubro.

O cancelamento gerou uma série de acusações do lado republicano. O diretor de comunicação da campanha de Trump, Tim Murtaugh, disse que "não há razão médica para interromper" o debate de 15 de outubro. Afetado por sua hospitalização de três noites na semana passada, o presidente está empenhado em recuperar o terreno de Biden, que as pesquisas apontam como o favorito.

Em uma entrevista transmitida na sexta-feira à noite no canal Fox, cuja data de gravação não foi divulgada, Trump disse que estava "livre de medicamentos" e "não tinha problemas para respirar". Ele contou que foi testado para a doença novamente, mas que ainda não sabe se está totalmente livre do vírus. Trump sugeriu pela primeira vez que esteve perto da morte, se não fosse pelo tratamento.

"Graças a isso, estou falando com você hoje", assegurou após se referir a um amigo seu que morreu de Covid-19. Ele também contou que os médicos disseram que ele esteve perto de morrer no pior momento de seu tratamento contra o coronavírus, que deixou mais de 213.000 mortos nos Estados Unidos.

Público deverá usar máscaras

Uma autoridade do governo informou que o discurso deste sábado giraria em torno do tópico favorito de Trump: "lei e ordem". O público estará no jardim sul da Casa Branca, enquanto o presidente falará do balcão da varanda. Todos os participantes serão obrigados a usar máscara e terão suas temperaturas medidas. Trump dará outro passo importante na segunda-feira, realizando um comício em um estado crucial. "Estaremos em Sanford, Flórida, na segunda-feira, para um GRANDE COMÍCIO!", tuitou o presidente.

O retorno à arena pública acontece em meio a dúvidas sobre o estado de saúde de Trump, que os funcionários da Casa Branca se recusam a esclarecer. Depois que o presidente riu de Biden por ter ficado em casa durante a pandemia, foi o democrata quem aproveitou a ausência de Trump esta semana para se lançar nos estados mais indecisos. Biden visitou o Arizona na quinta-feira e Nevada na sexta-feira. Trump venceu os dois estados em 2016, mas as pesquisas dão ao democrata uma vantagem desta vez.

Em Las Vegas, o ex-vice-presidente criticou Trump: "Sua conduta pessoal imprudente desde o diagnóstico, o efeito desestabilizador que está tendo sobre nosso governo, é inconcebível". Antes de embarcar em seu avião de campanha, deu um conselho a todos que planejavam comparecer aos eventos públicos de Trump: "Boa sorte. Eu não iria a menos que tivesse uma máscara e houvesse distância".