OMS alerta para alto risco de uma terceira onda de covid-19 no início de 2021
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso de máscaras durante as reuniões familiares de Natal e as comemorações do feriado na Europa, em declaração hoje, alertando para um alto risco de uma terceira onda da epidemia no continente, prevista para o início de 2021. Para Bruno Hoen, diretor de pesquisa médica do Instituto Pasteur, a França conseguiu um desempenho "espetacular" no achatamento da curva de contágios e por isso flexibiliza o lockdown na contramão da Europa.
Dada a evolução da crise sanitária da Covid-19 na Europa, "há um alto risco de um novo ressurgimento da pandemia nas primeiras semanas e meses de 2021", afirmou o braço europeu da OMS em um comunicado, em que defende "o uso de máscaras e a prática do distanciamento social durante as celebrações de final de ano".
"Pode parecer estranho usar uma máscara e praticar o distanciamento físico na presença de amigos e familiares, mas ajuda muito a garantir que todos estejam seguros e saudáveis", sugere a organização. Sempre que possível, as reuniões devem ocorrer ao ar livre. Se acontecerem em ambientes fechados, é importante limitar o número de pessoas e ventilar bem o ambiente para limitar os riscos, aconselha ainda a OMS.
A zona europeia da OMS, que inclui 53 países incluindo a Rússia, registrou mais de 22 milhões de casos e quase 500 mil mortes desde o início da pandemia, de acordo com a tabela de vigilância da organização. Nos últimos sete dias, quase 1,7 milhão de novos casos foram registrados, assim como mais de 34,5 mil mortes.
À medida que se aproxima o feriado de Natal, novos conjuntos de restrições entram em vigor em diversos países europeus, para conter um nível de contaminação de Covid-19 considerado preocupante, em particular o fechamento de negócios não essenciais na Alemanha e de pubs e restaurantes no Reino Unido, a partir desta quarta-feira.
Desempenho exemplar da França na contramão da Europa
Ao contrário do que aconteceu durante a primeira onda, a França demonstrou um desempenho "excepcional" e "espetacular" na administração desta segunda onda no continente, e por isso evolui de um lockdown para o toque de recolher a partir desta terça-feira (15), lembra Bruno Hoen, diretor de pesquisa médica do Instituto Pasteur, em entrevista à RFI.
"Tudo depende de como foram administradas as medidas de distanciamento social e o uso de máscaras, essenciais para impedir o contágio interindividual", explica Hoen. "Irlanda e Noruega também tiveram bons desempenhos. O que conta a partir de agora são os atos do passado, ou seja, como essa epidemia foi controlada ou não dentro de cada território. As consequências são visíveis e imediatas", acerscenta o médico.
Terceira onda iminente
Para a epidemiologista francesa Catherine Hill, a terceira onda de Covid-19 é iminente. Menos de três semanas antes das férias de fim de ano, os números recentes de contaminação por Covid-19 são preocupantes. A especialista e bioestatística já alertou os franceses há poucos dias na televisão francesa: neste momento, a terceira onda da epidemia não é mais uma hipótese.
"Jamais chegaremos aos 5 mil casos esperados pelo governo", disse Hill. "Os números não estão mais caindo e provavelmente voltarão a aumentar desde que aliviemos o confinamento. Não estaremos em uma descida, muito pelo contrário. Aí todos vão se deslocar, pegar transporte, se misturar, ver parentes que a gente não costuma ver. E quanto mais pessoas você encontrar, maior será a probabilidade de você estar infectado", avisa.
A epidemiologista recomenda monitorar a epidemia estudando o número de pessoas em terapia intensiva, hospitalizadas e mortas. Indicadores mais confiáveis, assim como a prevalência de infecção, ou seja, a proporção da população positiva em um determinado dia.
Missão da OMS na China
A equipe científica internacional da OMS encarregada de descobrir as origens do novo coronavírus visitará a China em janeiro. "Posso confirmar que isso acontecerá em janeiro", disse o porta-voz da OMS, Hedinn Halldorsson, nesta quarta-feira, confirmando os comentários feitos por um de seus especialistas na imprensa.
Os 27 estados da União Europeia poderão começar no mesmo dia suas campanhas de vacinação anti-Covid, assim que houver o sinal verde dentro de uma semana do regulador europeu para a vacina da aliança Pfizer-BioNTech, anunciado nesta quarta-feira pela Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
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