Turquia é acusada de enviar "escravas sexuais" curdas para combatentes na Líbia
Mulheres curdas teriam sido levadas à Líbia para servir como "escravas sexuais" de combatentes pró-turcos que atuam no país do norte da África. Elas teriam sido sequestradas no início da ocupação da cidade síria de Afrin, em 2018. O destino delas era desconhecido até agora.
O alerta foi feito no início desta semana por uma deputada turca da oposição. Tulay Hatimogullari, do Partido Democrático Popular (HDP), pediu no Parlamento a abertura de uma comissão de inquérito sobre o desaparecimento das mulheres curdas na Síria. Em seguida, ela questionou as autoridades turcas sobre sua responsabilidade na transferência dessas mulheres para a Líbia.
A deputada exigiu que o chefe da diplomacia turca, Mevlut Çavusoglu, esclareça o caso. "O ministério das Relações Exteriores da Turquia está a par desses abusos?" Perguntou. Tulay Hatimogullari garante que recolheu testemunhos que comprovam sua denúncia.
Pedidos para que Europa e EUA reajam
A acusação também foi feita em Washington. A representante do Conselho Democrático Sírio nos Estados Unidos, denunciou na quarta-feira (6) a transferência forçada para a Líbia das mulheres detidas arbitrariamente em Afrin. Essa atitude "não é diferente do comportamento da organização do Estado Islâmico", comparou.
Sinam Mohamad fez um apelo para que os Estados Unidos e a União Europeia participem de uma comissão internacional de inquérito sobre caso para que "os criminosos de guerra sejam punidos" e "justiça seja feita".
A cidade de Afrin, no noroeste da Síria, foi tomada por forças turcas e seus aliados sírios em março de 2018. Localizada na região fronteiriça como a Turquia, ela era o principal alvo da ofensiva turca contra a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), considerada um grupo terrorista por Ancara, mas aliada dos EUA na luta contra o grupo Estado Islâmico.
Em dezembro de 2019, a Turquia entrou no conflito líbio enviando centenas de drones, mercenários sírios e agentes de inteligência turcos ao país para apoiar o Governo de Unidade Nacional contra o Exército Nacional da Líbia (ANL) dirigido pelo marechal opositor Khalifa Haftar.
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