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EUA: plano de US$ 1,9 trilhão de Biden é aprovado na Câmara e segue para o Senado

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos - Stefani Reynolds-Pool/Getty Images
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos Imagem: Stefani Reynolds-Pool/Getty Images

27/02/2021 09h56

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na madrugada de hoje o gigantesco pacote de estímulo econômico de US$ 1,9 trilhão, defendido pelo presidente americano, Joe Biden, e apoiado pelos democratas.

Este é um primeiro passo decisivo antes da apreciação do plano pelo Senado, que deve abandonar o projeto de aumento do salário mínimo.

O tempo está se esgotando para apoiar a maior economia do mundo, duramente atingida pela pandemia da Covid-19. E o novo presidente democrata inicialmente queria ver seu "plano de resgate americano" adotado ainda no início de fevereiro. Diante do atraso, ele pressionou o Congresso esta semana a "agir rapidamente".

Depois de horas de debate, o projeto foi aprovado durante a madrugada na Câmara por 219 votos, todos democratas, contra 212 (incluindo dois democratas). Os republicanos acusam as medidas de muito caras e mal direcionadas.

"O texto foi aprovado", afirmou a presidente democrata da Câmara, Nancy Pelosi, pouco depois das 2h da manhã, sob aplausos de seu grupo. O texto será enviado ao Senado na próxima semana, onde a medida que prevê o aumento da renda mínima —até US$ 15 a hora, até 2025— deve ser retirada.

Confiantes, os democratas apostam em sua minúscula maioria na outra casa para que a proposta seja aprovada. A versão final do texto deverá então retornar à Câmara, onde os dirigentes democratas afirmaram ontem que tiveram votos suficientes para que o plano de estímulo seja adotado definitivamente, com ou sem aumento do salário mínimo.

"Devemos aprovar este plano antes de 14 de março", quando o pagamento de benefícios de desemprego prolongado do plano de ajuda anterior terminará, alertou o líder da maioria, Steny Hoyer.

'Desperdício'

"Depois de um ano de pandemia e de crise econômica, os americanos devem saber que seu governo está agindo por eles. E que, como disse o presidente Biden: a ajuda está chegando", enfatizou Nancy Pelosi antes da votação. "Se não implementarmos este plano de ajuda, os resultados podem ser catastróficos", ela acrescentou.

Por outro lado, os republicanos denunciam o plano como titânico, que "só joga dinheiro pelo ralo". "Mas isso ajudará as pessoas a encontrar trabalho? Não", contestou o líder da minoria republicana Kevin McCarthy.

"Os democratas estão tão envergonhados de todo o desperdício de dinheiro não relacionado à Covid-19 neste texto, que o estão distribuindo no meio da noite", continuou ele.

O fato é que foi uma figura relativamente desconhecida do Congresso que fez avançar o progresso deste super plano na noite de quinta-feira (25). A responsável pelos procedimentos complexos do Senado, Elizabeth MacDonough, decidiu que o texto não poderia incluir o aumento do salário mínimo por hora consagrado no projeto de lei.

Se por um lado alguns progressistas ficaram indignados, questionando o julgamento desta "parlamentar", uma funcionária não eleita, por outro, Joe Biden afirmou na noite de quinta-feira que a "respeitava", ao anunciar que tentaria avançar separadamente o aumento do salário mínimo federal, atualmente em US$ 7,25 a hora. Uma questão também antecipada na noite de sexta-feira pelos líderes democratas do Congresso.

"É inevitável, aos olhos de todos nós, chegar ao salário mínimo de US$ 15 dólares [a hora]", insistiu Nancy Pelosi, prometendo trabalhar "ativamente" para isso.

Penalidades fiscais

A retirada do aumento do salário mínimo poderia, em última análise, facilitar a adoção do plano de apoio, já que alguns democratas moderados se opuseram à medida. No entanto, com sua minúscula maioria no Senado e a oposição dos republicanos ao plano de Biden, o partido precisa imperativamente de unidade para aprovar o projeto.

O senador Bernie Sanders e outros democratas progressistas, entretanto, estão estudando uma alternativa para encorajar rendas mínimas mais altas: como introduzir, por exemplo, no amplo plano de apoio, uma emenda criando penalidades fiscais para grandes empresas que pagam menos do que um "mínimo de subsistência". Mas os democratas moderados podem se opor. E a "parlamentar" também.

Diante da incerteza, os grandes empresários americanos pedem uma ação rápida. Em detalhes, o plano Biden prevê dezenas de bilhões de dólares para a aceleração do ritmo de vacinação e implantação de testes, mas também US$ 130 bilhões para ajudar escolas e colégios a reabrir apesar da pandemia.

Espera-se que novos cheques de ajuda no valor de US$ 1,4 mil sejam enviados aos americanos, dependendo de seu nível de renda, e a extensão do seguro-desemprego prorrogado até 30 de setembro de 2021.

(*Com informações da AFP.)