Passaporte sanitário salvou temporada turística de verão na França
As férias de verão terminam neste fim de semana na França e já se constata que mesmo com a propagação da variante Delta, o passaporte sanitário salvou a temporada. Os números sob controle da quarta onda de covid-19, pelo menos na França metropolitana, e o sucesso da temporada para o setor do turismo estão comprovados.
Mesmo com a chegada de milhares de estrangeiros nos meses de julho e agosto, principalmente europeus, o número de internações por Covid-19 nas UTIs francesas se mantém em torno de 2.200 pacientes, sendo que 80% dos casos graves são de pessoas não vacinadas. Dados divulgados nessa sexta-feira (27) pelo Ministério da Saúde apontam que de 9 a 15 de agosto, apenas 13% das hospitalizações foram de pessoas que tinham tomado as duas doses da vacina.
A cobrança do passaporte sanitário, que pode ser um teste negativo de covid-19 ou o comprovante de vacinação completa, foi fundamental para segurar a quarta onda, segundo médicos e autoridades. Em lugares com forte concentração de turistas, os prefeitos mantiveram o uso de máscara obrigatório em locais abertos - só na praia o acessório foi liberado -, e os resultados positivos são incontestáveis.
O setor do turismo já fala em "temporada histórica". A única cidade que ainda está em situação complicada é Paris, porque depende mais da clientela asiática e americana, que ainda não voltou.
Atualmente, 71,4% da população tomou a primeira dose e 63,4% está com a imunização completa. Médicos intensivistas dizem que a maioria dos pacientes na UTI com covid-19 são não vacinados com mais de 60 anos. Jovens não imunizados que contraem a variante Delta também vão parar no hospital, alguns desenvolvem a Covid-19 crônica, mas morrem menos que os idosos.
O ministro da Saúde, Olivier Verán, garante que a quarta onda é essencialmente de pessoas não vacinadas.
Apesar dos protestos dos antivacinas, do debate sobre a liberdade de se vacinar ou não, os comerciantes logo se deram conta que os vacinados querem, sim, controle na entrada do shopping, do restaurante, no bar, mesmo se for para tomar uma cerveja na mesinha na calçada.
Alguns empresários que tinham medo da perda de faturamento com a exigência do passaporte de saúde viram rapidamente que seria o contrário: sem o comprovante, talvez não houvesse tantos clientes, franceses e europeus. As pessoas querem estar na rua e frequentar os lugares em segurança, depois de passar tantos meses de restrições.
Início do ano letivo
Na avaliação do governo, o começo do ano letivo, na semana que vem, pode provocar um aumento de contaminações. Por isso, o Ministério da Saúde promete manter uma campanha constante de testes nas escolas, durante todo o outono e o inverno, época do ano propícia à propagação das infecções virais e respiratórias. As autoridades focam principalmente as escolas frequentadas pelos menores de 12 anos, que não tiveram a vacina liberada.
Durante o verão, a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos avançou: cerca de 60% estão imunizados e o Ministério da Educação promete vacinar os 40% restantes nos estabelecimentos, com a ajuda de equipes móveis. Caso apareça um caso positivo de covid-19 numa classe, os alunos não vacinados terão de se isolar por sete dias em casa e acompanhar o ensino à distância. Os vacinados continuarão nas aulas presenciais.
Esse protocolo desagrada a muitos pais e professores, mas é uma forma de reforçar a estratégia do governo de que a vacinação é a melhor solução para combater a pandemia, e convencer o maior número de pais a vacinar os filhos com mais de 12 anos.
Nas universidades será o mesmo esquema das escolas, e o uso de máscara obrigatório em todos os recintos fechados, da escola elementar até as classes de doutorado.
Comprovante de vacinação em empresas
A partir de segunda-feira, 30 de agosto, o passe será cobrado em alguns setores que acolhem público. É o caso de restaurantes, hotéis, bares, cinemas, teatros, museus e nos transportes. No comércio, por enquanto, só na entrada de shoppings centers é preciso apresentar o passaporte sanitário. Em escritórios não é obrigatório. Mas algumas empresas que não são atingidas por essa medida decidiram se antecipar e forçar a mão para os funcionários se vacinarem.
É o que tem ocorrido na Galeries Lafayette, por exemplo, a famosa loja de departamentos de Paris, que decidiu exigir a apresentação do documento. Para entrar no local, já existem duas filas: uma de acesso rápido para os colaboradores vacinados e uma segunda para não imunizados.
Os sindicatos de trabalhadores do grupo contestam a diretriz do grupo e convocaram uma greve na loja, na próxima segunda-feira. Os não vacinados temem demissões.
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