Topo

Covid-19: EUA suspendem 44 voos para a China em resposta às restrições de Pequim

22/01/2022 13h26

A decisão do governo americano entra em vigor a partir de 30 de janeiro em resposta às restrições chinesas impostas a companhias americanas e seus protocolos contra a Covid-19.

Para o Departamento de Transportes dos EUA, "as companhias americanas que estão seguindo todas as normas chinesas relevantes relacionadas aos protocolos de pré-embarque e durante o voo não deveriam ser penalizadas". Os 44 voos suspensos por Washington são operados pela Air China, China Eastern Airlines, China Southern Airlines e Xiamen Airlines e estão programados entre 30 de janeiro e 29 de março.

Para a embaixada da China nos Estados Unidos, as medidas de retaliação americanas não são "razoáveis", já que a mesma regra é aplicada de maneira "equilibrada, aberta e transparente" a todas as transportadoras. As companhias aereas estrangeiras alegam que as regras são cada vez mais difíceis de serem respeitadas com a chegada da ômicron.

A China impõe controles rígidos em suas fronteiras, que incluem a redução de voos e a interrupção automática de rotas em que sejam registrados contágios excessivos. A medida atingiu 10 voos das companhias americanas American, 14 da Delta e 20 da United Airlines.

No caso das três empresas aéreas americanas, passageiros negativos para a Covid antes da decolagem testaram positivo após serem examinados na chegada ao país. Desde 2020, a China impede companhias aereas de operar, durante duas semanas, se cinco casos positivos são detectados em um voo. Se mais de dez infecções forem constatadas, a suspensão passa a ser de quatro semanas.

A decisão foi tomada três semanas antes do início dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim. A capital chinesa já suspendeu milhares de voos e aumentou os testes depois de registrar sua primeira infecção comunitária da nova variante no último fim de semana.

Fraldas para não ir ao banheiro

Para evitar as contaminações, as tripulações de companhias chinesas adotam procedimentos drásticos: imagens nas redes sociais mostram a tripulação chinesa abrindo suas malas e retirando suas roupas de proteção nos aeroportos. Eles também são aconselhados a usar fraldas para evitar contaminações indo ao banheiro.

As aeronaves também passam por procedimentos rígidos: recentemente, um avião da Delta Airlines teve que fazer meia-volta no ar porque não tinha respeitado as normas de limpeza impostas pelo aeroporto internacional de Xangai. As medidas provocaram o aumento do preço das passagens e diminuíram o tráfego aéreo, o que tem levado os expatriados na China a fretarem aviões.

O país fechou suas fronteiras aos viajantes, reduzindo o número de voos internacionais a 200 por semana - 2% dos níveis de antes da pandemia, segundo a Administração da Aviação Civil da China. Segundo a agência, o tráfego não deve voltar ao normal antes do próximo ano.

(Com informações de Stéphane Lagarde, correspondente de RFI na China, e AFP)