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Manobras dos exércitos russo e bielorusso são 'gesto de grande violência', diz Ocidente

04.fev.22 - Uma imagem de satélite mostra uma área de alojamento de tropas e um estacionamento de veículos em Rechitsa, Belarus - MAXAR TECHNOLOGIES/via REUTERS
04.fev.22 - Uma imagem de satélite mostra uma área de alojamento de tropas e um estacionamento de veículos em Rechitsa, Belarus Imagem: MAXAR TECHNOLOGIES/via REUTERS

10/02/2022 07h37Atualizada em 10/02/2022 08h36

O exército russo começou nesta quinta-feira (10) a fazer manobras militares em Belarus, país vizinho da Ucrânia e aliado de Vladimir Putin. Os exercícios das tropas devem durar 10 dias. Em um comunicado, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky denunciou a mobilização de soldados como um meio de pressão psicológica empregado por Moscou.

O ministro francês de Relações Exteriores, Jean Yves Le Drian, qualificou as manobras de "extremamente massivas" e de "gesto de grande violência" e fonte de "preocupação". "As manobras devem durar até 20 de fevereiro. Podemos imaginar que, depois, as forças vão se retirar, veremos nessa hora se é o caso", declarou o chefe da diplomacia francesa. "Será um teste muito significativo (...). Vamos ver se existe ou não um processo de paz que será implementado", acrescentou.

Na quarta-feira (9), a presidência francesa considerou que a viagem do presidente Emmanuel Macron a Moscou, Kiev e Berlim alcançou o seu "objetivo" ao permitir "avanços" para acalmar a situação. "O diálogo com os russos é revigorante, exigente, às vezes até penoso", sublinhou Le Drian, lembrando que a discussão entre os dois chefes de Estado foi "um confronto, um pedido de explicações, de uma franqueza muito grande". Além disso, "temos uma transparência e uma confiança interna que há muito não se via entre os aliados e os europeus", argumentou o ministro.

A Rússia é acusada de estar pronta para uma nova operação militar contra Kiev, depois da anexação da Crimeia, em 2014. O Kremlin nega e afirma apenas querer garantir a sua segurança diante do comportamento considerado hostil de Kiev e da Otan.

Scholz se reúne com lideranças de ex-repúblicas soviéticas

Dentro das negociações diplomáticas para conter a escalada militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia, o chanceler alemão, Olaf Scholz, recebe nesta quinta-feira (10), em Berlim, dirigentes de ex-repúblicas soviéticas membros da Otan. Na quarta-feira (9), Sholz mostrou otimismo com relação às discussões entre russos e países europeus, após encontro com a chefe do governo dinamarquês, Mette Frederiksen.

O encontro com os países fronteiriços à Russia é estratégico porque a presença da Otan na região é um dos principais pontos de discórdia entre Moscou e os países ocidentais. A Rússia pede à organização que reconsidere a sua presença na região.

Moscou ignora ultimatos

A Rússia respondeu nesta quinta-feira que "ultimatos e ameaças do Ocidente" contra o país no contexto da crise ucraniana "não levam a nada". "Abordagens ideologizadas, ultimatos e ameaças não levam a lugar nenhum", afirmou o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, no início de uma reunião, em Moscou, com sua colega britânica, Liz Truss. Ele também lamentou que "muitos dos colegas ocidentais têm uma paixão por esta forma [de comunicação]".

Liz Truss disse que viajou a Moscou para "instar a Rússia a seguir o caminho da diplomacia". "Uma guerra na Ucrânia seria um desastre para os povos russo e ucraniano e para a segurança europeia", insistiu ela. "Existe um caminho alternativo, um caminho diplomático que evita conflitos e derramamento de sangue", finalizou.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que anunciou o envio de 350 soldados à Polônia dentro de uma missão da Otan, deve ir a Bruxelas, onde vai se reunir com responsáveis da organização, antes de viajar a Varsóvia.

(Com informações da AFP)