Topo

Esse conteúdo é antigo

Últimas pesquisas antes da eleição apontam aumento da vantagem de Macron

Marine Le Pen e Emmanuel Macron se enfrentam no segundo turno das eleições na França neste domingo (24). Atual presidente de centro lidera as pesquisas contra a adversária de extrema-direita - Sarah Meyssonnier/Reuters
Marine Le Pen e Emmanuel Macron se enfrentam no segundo turno das eleições na França neste domingo (24). Atual presidente de centro lidera as pesquisas contra a adversária de extrema-direita Imagem: Sarah Meyssonnier/Reuters

22/04/2022 16h20

As três últimas pesquisas de intenções de voto antes da realização do segundo turno da eleição presidencial francesa indicam que o atual presidente, Emmanuel Macron, vai vencer a disputa contra Marine Le Pen, da extrema direita, na votação de domingo (24). Os resultados divulgados nesta sexta-feira (22) confirmam que a diferença de votos entre eles cresceu para cerca de 10%.

Segundo o Instituto Elabe, o presidente centrista teria 55,5% dos votos e Le Pen, 44,5%, de acordo com as respostas de 1,8 mil pessoas consultadas nos dias 21 e 22 de abril. Ao final do primeiro turno, em 10 de abril, esse instituto havia previsto que os dois candidatos tinham 52% e 48%, respectivamente.

A pesquisa do Ifop-Fiducial Macron revela números semelhantes: 55% para Macron e 45% para Le Pen. Já a sondagem realizada pelo Ipsos indica uma distância ainda maior entre os dois: 57% dos votos para o atual presidente e 43% para sua concorrente.

Há cinco anos, quando os dois se enfrentaram pela primeira vez, o ex-ministro da Economia do presidente socialista François Hollande venceu a líder da extrema direita com 66,1% dos votos.

Último dia de campanha

Neste último dia da campanha eleitoral, os dois candidatos foram ao encontro dos eleitores, numa última tentativa de convencer os indecisos. Le Pen preferiu se deslocar ao norte da França, onde desfruta de um confortável eleitorado simpatizante ao seu partido, Reunião Nacional.

A candidata adotou uma postura combativa: disse que em caso de vitória do oponente, "os franceses estarão condenados à prisão perpétua", em referência à proposta de seu rival de atrasar a idade mínima para a aposentadoria plena de 62 a 65 anos. Ela também insistiu que o seu opositor demonstrou "uma arrogância sem limites" no único debate entre eles, realizado na quarta-feira (20).

"Todo mundo entendeu que Emmanuel Macron não gosta da França e, em especial, daqueles que não concordam com a política dele", destacou.

Macron também esteve nesta sexta ao lado de eleitores favoráveis a ele, no sudoeste do país, e defendeu a política do enfrentamento da Covid-19 "custe o que custar", adotada por seu governo. O candidato afirmou que Le Pen conseguiu "avançar mascarada" durante a campanha, ao exibir uma imagem menos radical em relação a temas tradicionais da ultradireita, como a imigração, e ao se apresentar como a defensora das classes populares, ante o "presidente dos ricos".

"Mas os fundamentos da extrema-direita estão aí", disse o candidato, pedindo que os seus eleitores "continuem mobilizados até o último segundo" porque "nada está ganho". Para ele, do partido República em Marcha (LREM), as propostas da rival para melhorar o poder aquisitivo dos franceses, como isenções de impostos e incitações ao aumento dos salários, "não são viáveis".

A perda do poder aquisitivo é a principal preocupação dos eleitores franceses, em meio ao aumento dos preços da energia e a inflação. A campanha eleitoral também foi marcada pela guerra na Ucrânia.

Decisão nas mãos da esquerda e abstencionistas

Os quase 49 milhões de franceses chamados às urnas estão diante de dois modelos de sociedade e de relação da França, sétima maior potência econômica mundial, com o resto do mundo. Le Pen, de 53 anos, propõe inscrever a "prioridade nacional" na Constituição, para excluir os estrangeiros dos benefícios sociais, defende o abandono do comando integrado da Otan e reduzir as competências da União Europeia (UE).

Já Macron, de 44 anos, quer ser "mais Europa", seja em matéria econômica, social ou de defensa, e recuperar o impulso reformista e liberal que iniciou no primeiro mandato.

As chaves do Eliseu estão nas mãos dos abstencionistas e os eleitores do candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon, que recebeu quase 22% dos votos no primeiro turno.

Em uma consulta interna de seu partido, França Insubmissa, dois terços dos militantes reivindicaram a abstenção ou o voto em branco ou nulo. Segundo pesquisa Ipsos/Sopra Steria, um terço votará em Macron e 18% em Le Pen, mas metade não decidiu ainda o que fará.

Os dois finalistas temem ainda uma desmobilização de seus eleitores, em plena férias escolares. Segundo pesquisa recente Ifop/Fiducial, a abstenção seria de 26%, chegando a 48% entre os eleitores de Mélenchon.

Se vencer no domingo, "Macron enfrentará uma população dividida, uma parte significativa da qual terá votado nele por falta de opção", indicou uma pesquisa do BVA publicada nesta sexta-feira, ressaltando que 66% querem que ele perca a maioria parlamentar nas eleições legislativas de junho.

Com informações da AFP