Museu do Tesouro Real inaugura com coleção rara da monarquia portuguesa
Foram décadas a espera de um local para exposição. O Museu do Tesouro Real de Portugal foi finalmente inaugurado, nesta quinta-feira (2), no Palácio da Ajuda, em Lisboa, um prédio concluído após 226 anos em construção. O imponente edifício branco foi a última morada dos reis de Portugal, a dinastia de Bragança, antes da proclamação da República, em 1910.
"Depois do trauma do terremoto e do tsunami, em 1755, a realeza decidiu se instalar aqui, longe do rio e em uma zona menos exposta à atividade sísmica", explicou o diretor do museu, José Alberto Ribeiro. "O objetivo é mostrar um tesouro que esteve escondido há décadas e que pertence a todos os portugueses. Um acervo que foi criado durante séculos e que, por razões de segurança, desde 1910 nunca teve oportunidade de ser mostrado ao público", completa.
O palácio em estilo neoclássico no bairro turístico de Belém manteve sua ala oeste inacabada por mais de dois séculos por falta de recursos e pelas mudanças no regime político do país. Um investimento de ? 31 milhões permitiu, enfim, a construção da parte que faltava.
Museu do Tesouro Real inaugura com coleção da monarquia portuguesa
Forte esquema de segurança
A inauguração da quinta-feira era muito esperada pela importância do acervo, que reúne cerca de 1.000 objetos da coroa portuguesa. Alguns deles são expostos pela primeira vez. O valor das peças, algumas de mais de 1 milhão de euros, exigiu medidas especiais de segurança.
"O Palácio da Ajuda foi o local ideal para criar este museu porque já abrigava parte desta coleção. Todo o edifício foi pensado para evitar surpresas desagradáveis "em termos de furto ou roubo", explicou Ribeiro.
Até agora, essas obras datadas dos séculos XVII ao XX estavam espalhadas e inacessíveis ao público.
"Eu estava esperando a abertura do museu há muito tempo, porque tinha muito interesse por este tesouro. Estou maravilhado com todas essas peças", disse à AFP Gentile Gouveia, um aposentado de 65 anos, depois de admirar parte das joias cravejadas de pedras preciosas.
Repleto de câmeras de vigilância, o museu está organizado em três andares dentro de uma abóbada gigante, uma das maiores do mundo, com 40 metros de comprimento e 10 metros de altura. O acesso é feito por duas portas blindadas de cinco toneladas cada. Toda a coleção é protegida em vitrines à prova de balas.
A visitação é feita num ambiente escuro, até desconfortável segundo relatos de alguns visitantes, mas que destaca, alternadamente, os maiores símbolos do poder real português: coroas, cetros, insígnias e medalhas, além de outros objetos preciosos como pepitas de ouro ou diamantes do Brasil.
"Acho que as obras estão bem organizadas. Para mim representam o patrimônio e contam a história de Portugal", disse, ao final da visita, Raquel Morgado, técnica de radiologia de 36 anos.
(Com informações da AFP)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.