Com falta de hotéis, Copa no Qatar tem quartos em navios, tendas e preços altos
Uma das maiores dificuldades para quem quer ir à Copa do Mundo no Qatar este ano é quanto à hospedagem. Não há hotéis suficientes no país para receber todo o público. Com isso, foram criadas alternativas, como quartos em navios de cruzeiro e até tendas em campings no deserto. No entanto, os preços são altíssimos e os torcedores terão de desembolsar um bom dinheiro para viajar ao Oriente Médio entre os meses de novembro e dezembro.
Uma das maiores dificuldades para quem quer ir à Copa do Mundo no Qatar este ano é quanto à hospedagem. Não há hotéis suficientes no país para receber todo o público. Com isso, foram criadas alternativas, como quartos em navios de cruzeiro e até tendas em campings no deserto. No entanto, os preços são altíssimos e os torcedores terão de desembolsar um bom dinheiro para viajar ao Oriente Médio entre os meses de novembro e dezembro.
Tiago Leme, de Doha (Qatar), para RFI
Como o país tem pequenas dimensões territoriais e os oito estádios estão localizados próximos uns dos outros, praticamente todos na capital Doha e arredores, a concentração de pessoas no mesmo lugar será grande. São esperados cerca de 1 milhão de turistas estrangeiros no Qatar durante o torneio, sendo que metade deste número na fase de grupos. De acordo com o órgão de turismo catari, o país conta com 30 mil quartos de hotéis, mas mais da metade já está reservada pela Fifa para hospedar as seleções, árbitros, imprensa, dirigentes e convidados oficiais.
Com a criação de acomodações alternativas e provisórias, a expectativa é de que o Qatar chegue a cerca de 100 mil quartos disponíveis. Mas apesar do discurso positivo dos organizadores, a questão da hospedagem é um problema a ser encarado nesta Copa.
"Em termos de acomodação, uma plataforma foi anunciada pelo Comitê Supremo do Qatar, que mostra todas as opções que temos que acomodação. Nós temos opções desde quartos de hotéis cinco estrelas até duas estrelas, instalações em acomodações temporárias, por exemplo, temos os navios de cruzeiros, que ficarão ancorados no porto de Doha como opção de um hotel flutuante. Então, os torcedores podem reservar lá um quarto para o torneio", afirmou Nasser Al Khater, CEO do Comitê Organizador Qatar 2022.
Uma plataforma oficial foi criada para reservas de acomodação na internet. Além de hotéis, a lista conta com apartamentos para aluguel, tendas em campings, cabines provisórias em vilas para torcedores e quartos em dois navios que ficarão ancorados. Existem diversos lugares luxuosos, outros mais modestos, mas mesmo as poucas opções mais econômicas estão caríssimas. Neste momento, a diária mais barata não sai por menos de R$ 600. Por outro lado, há diárias em hotéis que estão custando até R$ 25 mil. Para entrar no país durante a competição, será necessário apresentar uma confirmação de acomodação.
O Qatar passou por várias obras desde que foi escolhido como sede da Copa do Mundo, em 2010, e muita coisa nova foi construída. Para amenizar o problema de hospedagem, o brasileiro Perkison Souza, que mora no país, destacou a construção de uma cidade inteira na região onde foi erguido o principal estádio do Mundial, além do sistema de transporte.
"Existe uma cidade aqui ao lado de Doha que se chama Lusail, e ela tem uma estrutura hoteleira que está sendo construída do zero. É uma cidade que foi levantada do zero, justamente para aumentar a capacidade de acomodação. E também tem a parte logística, porque todos os estádios são interligados pelo metrô. Então este é o primeiro país onde as pessoas vão poder se locomover entre os estádios durante o dia, você pode assistir até três jogos no mesmo dia. Acho que isso é incrível para um país de Copa do Mundo. Então a logística está acontecendo bacana", disse Perkison.
O estádio Lusail, com capacidade para 80 mil torcedores, que será palco da final da Copa em 18 de dezembro, foi feito em uma área onde antes não havia quase nada. Ao redor dele, uma nova cidade com 38 km2, também com o nome de Lusail, está sendo finalizada a 20 km de distância de Doha, com zonas residenciais, comerciais, de entretenimento, marina, praia e 22 novos hotéis.
Os altos preços do Qatar, principalmente de hospedagem, mas também de outros custos do dia a dia, como voos e alimentação, devem fazer com que a Copa de 2022 seja uma das mais caras. Como há restrição de bebidas alcoólicas no país, o preço deste item é ainda mais alto. Na média, um copo de 500ml de cerveja custa a partir de R$ 60, nos bares licenciados, que ficam dentro de grandes hotéis internacionais.
Apesar disso, de acordo com comunicado oficial divulgado pela Fifa em agosto, 2,45 milhões de ingressos para os jogos já foram vendidos, para 64 partidas, envolvendo 32 seleções. Quem mais comprou os bilhetes até agora foram torcedores do Qatar, Estados Unidos, Inglaterra, Arábia Saudita, México, Emirados Árabes, França, Argentina, Brasil e Alemanha. O Mundial começa no dia 20 de novembro e termina em 18 de dezembro.
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