"Nós sabemos como morrem as democracias, mas elas renascem?", questiona historiadora brasileira
Nos últimos anos muito se fala de uma crise da democracia no Brasil. A questão foi tema de inúmeros livros, inspirou filmes, como "A democracia em vertigem", de Petra Costa, e é discutido por intelectuais de várias áreas. Para a historiadora e professora da Universidade Federal de Minas Gerais Heloisa Starling, a democracia brasileira passa por um momento raro e que, independentemente de quem for eleito para a presidência da República, a história recente deixará seus vestígios.
A intelectual não esconde sua tendência política, e faz parte das personalidades do mundo da cultura que se reuniram esta semana no evento organizado pelo candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, quando aborda a evolução do país para os próximos anos, prefere não falar de nenhum candidato e apresentar questões que devem ser levantadas independentemente de quem vencer o pleito.
"Qualquer que seja o resultado, a sociedade brasileira vai ter que olhar para a democracia. Nós sabemos como morrem as democracias. Mas elas renascem? E se nós decidirmos que a democracia precisa renascer entre nós, qual a pauta que nós vamos construir para que a gente possa corrigir os erros do último período democrático e avançar no sentido de fazer a democracia renascer no Brasil".
Segundo a professora, o principal desafio do Brasil nos próximos anos vai ser enfrentar uma situação totalmente desconhecida do ponto de vista histórico. "Todas as vezes que a democracia no Brasil foi ameaçada e destruída, isso ocorreu à força de golpes de Estado, que é uma ação de fora. O que é inédito na história do Brasil é o fato de que a democracia está sendo corroída por dentro. Ela está sendo desmontada por dentro, por um governante que foi eleito democraticamente. Isso nunca aconteceu na história", pontua.
Clique acima para ouvir a entrevista completa, ou assista a um trecho clicando no vídeo.
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