Reforma da Previdência: França tem forte esquema de segurança para 10º dia de manifestações
Pouco mais de uma semana após a imposição da reforma da Previdência na França, o governo anunciou um "esquema de segurança sem precedentes", especialmente em Paris, por medo de violências na manifestação desta terça-feira (28). A circulação de trens, aviões e do metrô da capital deve ser bastante afetada neste décimo dia de mobilização.
Às vésperas do décimo dia de mobilização contra a impopular reforma, que reduz a idade legal de aposentadoria de 62 para 64 anos, o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, anunciou nesta segunda-feira (27) que um "esquema de segurança sem precedentes" será mobilizado na terça-feira para o 10º dia de manifestações contra a reforma da Previdência, com "13.000 policiais, incluindo 5.500 em Paris".
Em coletiva, o ministro pediu calma "neste período de violência" e referiu-se à possível chegada a Paris, na terça-feira, de "mais de 1.000 elementos radicais, alguns deles vindos de fora da França e outros que estavam presentes nos confrontos em Sainte-Soline", neste fim de semana, no centro-oeste da França.
Em uma manifestação contra a construção de controversas reservas agrícolas de água, confrontos entre polícia e manifestantes deixaram dezenas de feridos dos dois lados. Um militante continuava em coma em estado crítico nesta segunda-feira.
Dois dias antes da mobilização, na última quinta-feira (23), houve um aumento dos confrontos à margem dos protestos contra a reforma das aposentadorias em várias cidades francesas. No total, 457 pessoas foram detidas e 441 policiais ficaram feridos.
Greve dos transportes
Depois de uma mobilização significativa no nono dia de greve nacional, na semana passada, as centrais sindicais esperam uma grande adesão nesta terça-feira. "Para aqueles que estavam se perguntando, não, este novo dia de ação não será uma última resistência. Não vamos desistir até que o texto seja retirado", insistiram os representantes sindicais.
Assim, no transporte urbano em Paris o movimento deve ser novamente bastante seguido. Perturbações em grande parte da rede de transportes públicos estão previstas, trânsito interrompido no metrô e muito prejudicado nos trens.
Enquanto isso, a cota de popularidade do presidente francês Emmanuel Macron despenca, com 28% das opiniões positivas segundo pesquisa divulgada na segunda-feira (27).
O chefe de Estado reafirmou diante de políticos de outros partidos e das lideranças de seu campo, reunidos em um almoço na presidência, seu desejo de resolver a situação.
"Devemos continuar tentando dialogar com as forças sindicais", disse o presidente francês, segundo comentários relatados por um participante, reforçando os apelos ao diálogo de sua primeira-ministra Elisabeth Borne.
Macron, no entanto, quer falar com os líderes sindicais sobre as condições de trabalho ? do desgaste à contratação de idosos, passando pela requalificação ? sem acatar o pedido de uma das centrais, de colocar a reforma em "pausa durante seis meses".
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