Greve de controladores aéreos deve reduzir em até 25% os voos em aeroportos franceses

Três organizações sindicais (Unsa-ICNA, Usac-CGT e CFDT) convocaram greve nesta segunda-feira (20) dos controladores aéreos, que deve reduzir em até 25% os voos nos aeroportos franceses. O assunto é destaque nos jornais.

O Le Parisien explica que o movimento de protesto é contra uma lei, aprovada na quarta-feira (15) que vai exigir que a categoria se declare grevista 48 horas antes de qualquer paralisação. Atualmente, os controladores formam a única categoria do setor de transportes que pode decidir fazer greve a qualquer momento, pegando as companhias aéreas e passageiros de surpresa. 

A greve desta segunda-feira não tem o apoio do principal sindicato dos controladores do tráfego aéreo (SNCTA), que segundo o jornal negociou com o governo a manutenção de vantagens para a categoria no momento da aposentadoria, se comprometendo a não fazer paralisações até os Jogos Olímpicos de Paris 2024.

OLe Monde observa que este já é o 53° dia de greve feito pelos controladores aéreos franceses desde o início do ano, o que faz a da França o país campeão na Europa em paralisações neste setor.

Desde 2005, os controladores aéreos franceses acumulam 249 dias de greve, um recorde em comparação com os 44 dias de greve observados na Grécia no mesmo período, os 34 dias na Itália ou apenas 10 dias nos demais países europeus.

A reportagem destaca que mesmo podendo se aposentar aos 54 anos, contra 64 para a maioria dos assalariados, os controladores aéreos fizeram greve contra a reforma da Previdência. 

O jornal explica que essas paralisações têm custado caro para as companhias aéreas francesas, obrigadas pela Direção-Geral de Aviação Civil (DGAC) a reduzirem os seus voos nos dias de greve. Já as companhias internacionais, são obrigadas a contornar a França em caso de paralisação dos controladores, o que resulta em voos mais longos e mais caros.

Os principais prejudicados, segundo o Le Monde, são os passageiros. A ponto de certas companhias aéreas, como a de baixo custo irlandesa Ryanair, terem exigido da Comissão Europeia medidas urgentes para "proteger os voos e a liberdade de circulação dos cidadãos da União Europeia" em caso de greve dos controladores aéreos franceses. 

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