Morte de brasileira em Paris leva polícia a rede de tráfico de drogas entre o Brasil e a França
A investigação do assassinato de uma brasileira num hotel de Paris revelou uma rede de tráfico de drogas entre o Brasil e a França: duas mulheres, que admitiram ter trabalhado como mulas, foram indiciadas e presas na noite desta quinta-feira (18) em Paris, apurou a AFP junto a uma fonte judicial. Elas haviam sido detidas no começo da semana, como testemunhas na investigação da morte de outra brasileira, encontrada esfaqueada no fim de semana em um quarto de hotel da capital francesa.
A investigação do assassinato de uma brasileira num hotel de Paris revelou uma rede de tráfico de drogas entre o Brasil e a França: duas mulheres, que admitiram ter trabalhado como mulas, foram indiciadas e presas na noite desta quinta-feira (18) em Paris, apurou a AFP junto a uma fonte judicial. Elas haviam sido detidas no começo da semana, como testemunhas na investigação da morte de outra brasileira, encontrada esfaqueada no fim de semana em um quarto de hotel da capital francesa.
Detidas para interrogatório, as duas mulheres explicaram à polícia que transportaram drogas para França como mulas, assim como a vítima morta. O principal suspeito do homicídio, que também pertenceria à rede de tráfico, está foragido, segundo indicaram fontes que acompanham o caso.
O consulado do Brasil em Paris informou à RFI que não foi contatado pelas duas brasileiras para atendimento consular, como é de praxe quando cidadãos do país se envolvem com a polícia no exterior.
No sábado, o corpo da vítima, identificada como Maria Rita, de 43 anos, foi encontrado em um hotel no 17o distrito de Paris, no noroeste da cidade. Ela era cliente do estabelecimento havia uma semana e apresentava "um corte profundo na artéria carótida", segundo uma fonte policial.
Presas antes de sair da França
Na manhã de domingo, outras duas brasileiras foram detidas quando se preparavam para embarcar num avião no aeroporto de Charles de Gaulle, para deixar o país. Na quinta-feira à noite, durante duas audiências sucessivas perante um juiz, as mulheres contaram a atividade criminal que realizaram, conforme elas, pela primeira vez.
"Tenho três filhos, uma mãe doente com câncer. Em dezembro, a chuva destruiu a minha casa e estou com dívidas", disse o jovem de 27 anos, segundo a AFP. "Peço perdão a Vossa Excelência e a toda a comunidade francesa."
A advogada dela argumentou que "ela não merecia dormir na prisão" porque "tem ficha limpa". Contatada pela RFI, a defensora disse que não comentaria o caso a pedido da cliente.
Ao juiz, a outra mulher detida, de 37 anos, também mencionou "uma dívida com uma pessoa que me ameaçou", para justificar ter levado drogas para a França, e pediu "desculpas". O defensor dela pediu que o caso fosse separado em dois, um de homicídio e outro de tráfico de drogas, para evitar uma "colossal perda de tempo para a instituição judicial" e para a sua cliente.
Risco de "represálias"
O procurador, entretanto, recusou essa hipótese e afirma que o caso tem "um duplo objetivo: encontrar o autor do crime e todos os coautores do tráfico de drogas". "Há outras pessoas identificadas a serem presas", disse.
Ao pedir que elas continuem detidas, o procurador sublinhou ainda "um risco bastante significativo de represálias" contra as duas mulheres no Brasil, envolvidas numa rede com "pessoas muito perigosas". O juiz acatou o pedido e ambas permanecerão presas "enquanto as investigações avançam".
Com informações da AFP