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Egito alerta para 'repercussões catastróficas' de uma ofensiva israelense em Gaza

O Egito alertou nesta terça-feira (27) que uma ofensiva do Exército israelense em Rafah, no sul de Gaza, teria "repercussões catastróficas" na paz no Oriente Médio. O emir do Catar está na França para discutir um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns israelenses.

"Qualquer ação militar nas atuais circunstâncias teria repercussões catastróficas que colocariam em risco a paz na região", disse o ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukri, em Genebra, pedindo a Israel para não atacar Rafah e fazendo um apelo para um cessar-fogo imediato.

"O mundo está testemunhando os mais hediondos crimes e violações contra o povo palestino", acrescentou. O chefe da diplomacia egípcia falou com os chanceleres dos países da Liga Árabe, perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que realiza a sua 55ª sessão em Genebra.

Ele lamentou que alguns dos 47 países membros do Conselho se recusem a tomar medidas firmes quanto a Gaza, como fizeram em outros conflitos, criticando uma política de duplos padrões.

"Parece que a vida em Gaza não merece suficientemente sua atenção, que o massacre de dezenas de milhares de crianças não consegue abalar sua consciência, que é muito sensível a outros assuntos", declarou.

"As vidas das crianças de Gaza aparentemente têm menos valor do que as dos outros (...). Isto mostra um colapso do sistema internacional, incluindo este conselho", acrescentou.

O ministro das Relações Exteriores marroquino, Nasser Bourita, declarou que o mundo "não pode continuar a fechar os olhos" ao "desastre humano sem precedentes" em Gaza.

A ministra da Cooperação Internacional do Catar, Lolwah Al-Khater, estimou que Gaza foi palco de uma "guerra genocida" e que a situação na Cisjordânia ocupada estava se deteriorando. "O patrocínio por parte de algumas potências mundiais desta exceção israelense acima do direito internacional deve acabar", disse ela ao Conselho.

Visita do emir do Catar à França

O emir do Catar Tamim bin Hamad Al-Thani iniciou nesta terça-feira uma visita de Estado de dois dias à França, centrada na libertação de reféns em Gaza e no relançamento do processo de criação de um Estado palestino, bem como no fortalecimento das relações bilaterais entre países.

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Esta primeira visita de Estado de um emir do Catar em 15 anos, e a primeira de Tamim ben Hamad Al-Thani desde sua ascensão ao trono, em 2013, "constitui uma honra prestada à França e ilustra a profundidade dos laços que unem nossos dois países", sublinhou o Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa.

O emir, cujo país desempenha um papel central nas negociações, e o presidente Emmanuel Macron reiteraram durante suas reuniões seu desejo de chegar "muito rapidamente a um cessar-fogo", indicou o comunicado.

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Combates continuam

Uma trégua entre Israel e o Hamas poderia começar na próxima semana, em Gaza, e durar até ao final do Ramadã para permitir a libertação de reféns pelo movimento islâmico palestino, segundo o presidente norte-americano Joe Biden.

Egito, Catar e Estados Unidos tentam negociar uma nova trégua, numa altura em que o número de vítimas na guerra iniciada em 7 de outubro pelo ataque do Hamas a Israel se aproxima dos 30.000 mortos em Gaza.

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A comunidade internacional está particularmente preocupada com as consequências potencialmente desastrosas de uma ofensiva terrestre anunciada por Israel na superpovoada cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde, segundo a ONU, quase um milhão e meio de pessoas estão refugiadas. Os palestinos estão encurralados na fronteira fechada com o Egito.

Para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, esta grande operação contra o "último bastião" do Hamas permitiria uma "vitória total" sobre o movimento islâmico em "algumas semanas". Uma trégua apenas "atrasaria" esta ofensiva, sublinhou no domingo (25), garantindo que os civis poderiam ser evacuados "ao norte de Rafah".

Os combates também continuam em Khan Younes nesta terça-feira, alguns quilômetros a norte de Rafah. O Exército israelense anunciou que estava realizando ainda "operações direcionadas" no centro do território e em Zeitoun (norte), onde os soldados descobriram um túnel do Hamas que conduzia a uma fábrica de armas.

Rafah é o único ponto de entrada de ajuda humanitária no território, que está sujeita ao aval de Israel e que chega em quantidades muito limitadas. Seu transporte para o norte é quase impossível devido à destruição, aos combates e às pilhagens.

(Com informações da AFP)

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