Paris 2024: a poucos dias da abertura, revistas francesas abordam o grande evento

A revista L'Express fala sobre a relação entre a Coca-Cola e os Jogos Olímpicos desde 1928. Principal patrocinadora das Olimpíadas, a parceria incomoda hoje o meio científico e esportivo. A revista Le Point explora as vantagens do patrimônio genético para os atletas. E L'Obs traz o perfil de Tony Estanguet, responsável pela organização de Paris 2024.

A Coca-Cola é a principal patrocinadora dos Jogos Olímpicos e de grandes eventos planetários, não só esportivos. O objetivo das campanhas é associar a imagem da bebida - ultra calórica e sem nutrientes - a um modo de vida saudável, esportivo. 

A reportagem de L'Express fala de evidências de que a atividade física não leva a uma perda de peso significativa, pois o corpo evoluiu para defender suas reservas. Ou seja, o metabolismo basal é reduzido quando o corpo faz muito esforço físico.

"Realizamos uma ampla revisão da literatura científica, abundante sobre essa questão: está bem demonstrado que a atividade física tem um efeito sobre o peso, mas que esse efeito é limitado", resume o Prof. Jean-Michel Oppert, chefe do serviço de nutrição do hospital Pitié-Salpêtrière (AP-HP), em Paris, em entrevista a L'Express.

As bebidas "light" podem aumentar o risco de diabete tipo 2, doenças cardiovasculares e cânceres, alertam os pesquisadores.

"O Alto Conselho de Saúde Pública da França recomenda há vários anos restringir a publicidade de produtos muito gordurosos e açucarados. E, em particular, impedir as operações de patrocínio ou apoio a eventos. Uma opinião que, evidentemente, pesa pouco frente aos milhões de euros da Coca-Cola", conclui L'Express.

Patrimônio genético

Le Point trata do potencial genético entre campeões olímpicos. O Instituto de pesquisa biomédica e epidemiologia dos esportes (Irmes) pesquisou o parentesco entre 125.000 mil atletas desde os jogos modernos (1896) e descobriu 5.661 parentescos entre eles. Ou seja, alguém que tenha um parente campeão tem mais chances de ganhar uma medalha do que outra pessoa.

Um exemplo são os irmãos nadadores franceses Laure e Florent Manaudou, campeões olímpicos. Um patrimônio genético também pode favorecer um atleta, como no caso do jamaicano Usain Bolt (1,95m), oito medalhas de ouro olímpicas, que herdou a altura dos pais, fator determinante em sua atuação nas pistas.

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A revista L'Obs traz o perfil de Tony Estanguet, que chefia a organização de Paris 2024 (Cojo). Há nove anos na missão, o ex-campeão de canoagem enfrentou muitas noites de insônia diante dos inúmeros obstáculos. Mas os primeiros resultados parecem ser positivos, com "multidões entusiasmadas com o revezamento da tocha, ingressos esgotados para a maioria das competições e 45 mil voluntários prontos para ajudar", explica a reportagem.

No entanto, Estanguet também teve que enfrentar investigações judiciais e críticas em relação à gestão financeira do Cojo. Sua remuneração, fixada em € 270 mil por ano, é objeto de uma investigação preliminar por estar acima do teto legal. Apesar dos desafios, Tony Estanguet permanece focado no sucesso dos Jogos. Ele espera que o entusiasmo popular cresça à medida que as competições comecem e que as performances dos atletas franceses tragam momentos de orgulho e unidade nacional.

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