Kamala Harris ultrapassa Trump em nova pesquisa e pede votos para evitar "caos, medo e ódio"

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, ultrapassou o republicano Donald Trump em uma pesquisa de intenção de voto divulgada nesta terça-feira (23). A candidata democrata aparece com 44% das preferências, uma vantagem de dois pontos sobre Trump (42%), segundo uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada dois dias após a desistência de Biden. Na semana anterior, Kamala e Trump estavam empatados, com 44%.
 

Em pesquisa PBS News/NPR/Marist realizada nesta terça-feira (23), Trump supera Kamala Harris por um ponto percentual, com 46%, e 9% de indecisos. Os dados mostram que 87% dos americanos consideram "correta" a decisão de Biden de abandonar a campanha.

Para 41%, a atitude do presidente aumenta as chances de vitória dos democratas, e 24% acreditam que a decisão de Biden de se afastar da campanha pode prejudicar o partido.

Outros 34% opinaram que não faz diferença. Segundo uma média de pesquisas compiladas pela RealClearPolitics, Trump mantém uma vantagem de 1,6% sobre Kamala.

Candidata pede votos em comício

"Queremos viver em um país de liberdade, compaixão e Estado de direito ou em um país de caos, medo e ódio?", questionou Kamala Harris durante um comício nesta terça-feira (23) em Wisconsin. O estado é crucial para derrotar Donald Trump, que a considera uma adversária "mais fácil" do que Joe Biden.

"O caminho para a Casa Branca passa por Wisconsin", um dos cinco ou seis estados que decidirão o destino das eleições presidenciais de 5 de novembro, disse a vice-presidente dos Estados Unidos em Milwaukee, no norte dos EUA. "Fui informada, nesta manhã, que conquistamos o apoio de delegados suficientes para garantir a nomeação democrata", afirmou.

A maioria dos delegados democratas (cerca de 4.000 pessoas responsáveis por oficialmente nomear o candidato) disse que deverá apoiá-la até a convenção do partido, marcada para 19 de agosto em Chicago.

Kamala também conta com o apoio da base, que arrecadou mais de 100 milhões de dólares (R$ 558 milhões) para a campanha em apenas dois dias. É "uma campanha impulsionada pelo povo", enquanto Trump "depende do apoio de milionários e de grandes corporações" a quem faz promessas "em troca de contribuições", acusou Harris.

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Uma rival "mais fácil" para Trump

Trump, confirmado há poucos dias como candidato em uma convenção republicana, está convencido de que Kamala Harris é uma rival "mais fácil" do que Biden porque "ela é muito mais radical".

Ele disse estar "absolutamente" preparado para debater com a democrata em mais de uma ocasião, depois de vencer o debate de junho contra um Biden, de 81 anos.

Mas Trump sabe que agora ele é o idoso da disputa. Tem 78 anos, contra os 59 de Harris, que também espera se beneficiar de sua experiência como ex-procuradora para derrotar o republicano, condenado por 34 crimes de falsificação de documentos contábeis para ocultar pagamentos a uma ex-atriz pornô e com vários julgamentos pendentes.

Harris repetiu diante de uma plateia exultante que conhece "bem tipos como Trump", que sabe como lidar com "predadores que abusaram de mulheres, golpistas que enganaram consumidores, trapaceiros que quebraram as regras em benefício próprio".

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Base democrata otimista

Kamala está ciente de que tem pouco mais de 100 dias para convencer os americanos de que é a pessoa certa para liderar a maior potência mundial. A candidatura da vice-presidente empolga as bases democratas após semanas de desânimo e já obteve um apoio maciço entre os pesos pesados do partido.

Os líderes democratas no Senado e na Câmara dos Representantes, Chuck Schumer e Hakeem Jeffries, respectivamente, expressaram seu apoio a ela nesta terça-feira.

A lista de apoio a Harris inclui vários governadores, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, a influente legisladora Nancy Pelosi e até a filantropa Melinda French Gates, ex-esposa do cofundador da Microsoft Bill Gates, além do ator George Clooney.

O único democrata de peso que ainda não se posicionou publicamente é o ex-presidente Barack Obama. Kamala também conta com o apoio de Biden. O presidente retornou à Casa Branca nesta terça-feira depois de passar quase uma semana isolado em sua casa em Delaware devido à Covid-19. Biden fará um discurso à nação na noite de quarta-feira para explicar os motivos que o levaram a desistir da disputa por um segundo mandato.

(Com informações da AFP)

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