Cerimônia de abertura de Paris 2024 homenageia mulheres que marcaram história da França
A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris valorizou nesta sexta-feira (26) o patrimônio francês nas diferentes etapas do desfile das delegações pelo rio Sena. Um dos momentos fortes foi a homenagem às mulheres que marcaram a história do país.
Thomas Jolly, o diretor artístico da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, decidiu homenagear personalidades femininas. Na sexta das doze etapas do desfile fluvial, dez estátuas douradas de mulheres francesas pioneiras em suas áreas de atuação emergiram do Sena. A performance foi ritmada pela Marselhesa, o hino da França, na voz da cantora lírica Axelle Saint-Cirel. A artista cantou envolta em uma bandeira da França no topo do telhado do Grand Palais, um dos principais monumentos do percurso.
O objetivo da apresentação, segundo os organizadores, era destacar essas mulheres, algumas delas pouco conhecidas do grande público. Pois se a filósofa e escritora Simone de Beauvoir é célebre mundialmente por seu livro O Segundo Sexo, personagens históricos como Olympe de Gouges, que fez campanha pela abolição da escravidão e foi guilhotinada em 1793, é menos conhecida.
As outras estátuas homenageavam Alice Milliat (1884-1957), uma esportista de alto nível que organizou os primeiros Jogos Mundiais Femininos em 1922, a advogada Gisèle Halimi (1927-2020), ícone da defesa dos direitos das mulheres que contribuiu para a classificação do estupro como crime, ou ainda a pioneira do feminismo negro na França, Paulette Nardal (1896-1985).
A exploradora e botânica Jeanne Barret (1740-1807), que participava disfarçada de expedições para escapar do machismo, a ativista Louise Michel (1830-1905), que se opôs à política colonial da França, a filósofa e poeta Christine de Pizan (1364-1431), a cineasta Alice Guy (1873-1968), considerada a primeira diretora de um filme narrativo, em 1896, e a magistrada Simone Veil (1927-2017), personagem crucial na conquista da lei sobre a descriminalização do aborto 1974, foram as demais homenageadas.
Thomas Jolly e sua equipe queriam tornar essas mulheres ilustres visíveis com essas estátuas, que serão deixadas como um legado para a cidade de Paris. Atualmente 260 estátuas de homens estão nas ruas da capital, e apenas cerca de quarenta de mulheres.
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