Rede de trens da França sofre ataques a poucas horas da cerimônia de abertura de Paris 2024

Na madrugada de quinta para sexta-feira (26), a SNCF - Sociedade Nacional de Estradas de Ferro, empresa pública ferroviária francesa, sofreu um "ataque massivo de magnitude que paralisou" a sua rede de TGVs (trens de alta velocidade). Os atos de sabotagem causam grandes perturbações e comprometem o transporte de passageiros em todo o país a poucas horas do início da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

A rede ferroviária de transportes da França foi alvo de vários atos criminosos informou a SNCF em um comunicado de imprensa. Foi um ataque massivo com o objetivo de paralisar a rede e provoca perturbações em pelo menos três eixos ferroviários nas regiões norte e leste da França, atingindo as linhas de trens de alta velocidade.

Os trens Eurostar entre Paris e Londres e Paris Bruxelas também foram afetados. Muitas viagens foram canceladas ou estão atrasadas. Segundo o presidente da companhia, Jean-Pierre Farandou, mais de 800 mil pessoas foram impactadas. Os passageiros estão sendo informados por mensagens em seus telefones celulares e a orientação é para que, quem puder, adiar as viagens de trem. 

Os problemas vão durar todo o final de semana, segundo a SNCF, e equipes já estão mobilizadas para reparar algumas instalações que foram alvos de incêndios. 

Esse ataque acontece não apenas a algumas horas da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, em Paris, mas também de um final de semana em que muitos franceses viajam devido às férias de verão no hemisfério Norte. 

"Ato criminoso escandaloso"

O ministro responsável pelos transportes, Patrice Vergriete, condenou os ataques e denunciou um "ato criminoso escandaloso". Já o primeiro-ministro Gabriel Attal, informou que as forças de segurança e os serviços de informação do país estão mobilizados para investigar e identificar os autores desses ataques.

"Êxodo" para estações de ônibus

Na estação de Montparnasse, em Paris, os viajantes com suas malas examinam calmamente as telas. "Espero poder partir. O trem das 6h39 para Hendaye acaba de partir", disse Arnaud, um viajante de 33 anos, à AFP. "Espero especialmente poder voltar no domingo", acrescenta Victor, que vai a um evento familiar no Sul.

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Em Bordeaux, Baptiste Leduc, jornalista esportivo de 26 anos, teve seu projeto de trabalho interrompido e teve de avisar à sua chefia que corria o risco de não conseguir atuar "no dia da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos". Seu trem, anunciado com 3h20 de atraso, "tem todas as chances" de não circular hoje. O jovem, porém, reagiu rapidamente "procurando uma alternativa" com os ônibus. "Houve um êxodo para a rodoviária, muita gente deve ter tido a mesma ideia", disse ele, "foi um pouco caótico, mas no final quem conseguiu se adaptou".

"Sabotagem"

A ministra dos Esportes, Amélie Oudéa-Castera, condenou na BFMTV quem quer "sabotar" os "Jogos dos Atletas". 

"Que vergonha para os vândalos que privam muitas famílias das férias, poucas horas antes da cerimônia de abertura" dos Jogos Olímpicos, escreveu a ministra dos Negócios, Olivia Grégoire, na rede X.

A presidente da região de Ile-de-France, Valérie Pécresse, onde os transportes podem ser afetados, estimou à BFMTV que se trata de uma "vontade de desestabilizar a França no momento em que vão ser iniciados os Jogos Olímpicos e Paralímpicos".

"É desestabilização, é sabotagem, é pôr em xeque a imagem de França", repetiu o chefe dos senadores socialistas, Patrick Kanner, no mesmo canal.

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(Com AFP)

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