Tim Walz aceita nomeação democrata para ser vice de chapa de Kamala Harris nos EUA
O governador de Minnesota, Tim Walz, escolhido por Kamala Harris para apoiar a sua campanha como candidato a vice-presidência dos Estados Unidos, aceitou a nomeação do seu partido na quarta-feira (22), durante o seu discurso na Convenção do Partido Democrata, em Chicago.
"É a honra da minha vida aceitar esta nomeação", disse o homem que se tornará vice-presidente dos Estados Unidos se Kamala Harris vencer em novembro. "Estamos aqui esta noite por uma razão: amamos o nosso país", bradou Tim Walz na terceira noite do evento que oficializou a candidatura da atual vice de Joe Biden na corrida à Casa Branca.
Histórico de Walz
O candidato a vice repetiu que não está habituado a discursos longos, com isso usou apenas 15 minutos para contar a sua história, rodeado de militantes entusiasmados, na lendária arena dos Chicago Bulls. O seu nascimento e a infância numa pequena cidade do Nebraska, o alistamento no exército, a carreira como professor e treinador de futebol americano, que levou a sua equipe ao campeonato estadual. Depois veio o seu envolvimento político, primeiro como deputado e depois como governador de Minnesota.
Tim Walz sabe se fazer entender em poucas palavras quando ataca os opositores Donald Trump e o vice da chapa republicana, JD Vance, explicando que eles só defendem a liberdade para si próprios e para os seus amigos ricos e extremistas. Enquanto, segundo Walz, os democratas defendem o que ele considera ser "a verdadeira liberdade", a liberdade de fazer as suas próprias escolhas em matéria de religião, saúde e procriação.
Entre outras comparações, Walz denuncia pontos do projeto republicano que ele afirma serem contrários ao de Kamala Harris, que é favorável à classe média e se baseia no desejo de cuidar da comunidade.
Tim Walz ex-treinador de futebol americano
O ex-treinador de futebol utilizou uma metáfora desportiva, explicando que é preciso ganhar terreno, metro a metro, sem parar durante os 76 dias que faltam para as eleições americanas. Em um país que adora discursos motivacionais, Tim Walz, que foi também professor e treinador de futebol para alunos de ensino médio, conseguiu conquistar a audiência presente.
Walz era pouco conhecido do grande público antes de Kamala Harris o nomear como seu companheiro de candidatura. Aos 60 anos, trouxe uma nota mais popular e rústica à campanha eleitoral dos Democratas, que foi revigorada pela candidatura de Harris, depois de o presidente Joe Biden ter desistido de disputar a reeleição em 21 de julho.
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"Escolhemos a liberdade"
Um dos slogans da campanha de Kamala Harris desde que ela lançou sua candidatura é "We choose freedom" (Nós escolhemos a liberdade). Liberdade, um valor americano fundamental, mas que é percebido de forma diferente em cada campo.
"Liberdade de escolha, direitos civis, direitos das mulheres, direitos LGBT, tudo isso está em jogo e Kamala e Tim vão lutar por nós", explica Josefine Jaynes, uma jovem da delegação do estado de Wisconsin. Para os republicanos, é a liberdade de controlar os outros e aqueles de quem eles discordam. "É a liberdade de odiar. Para os democratas, é a liberdade de ser quem você quer ser".
Thomas O'Brien, com quase 60 anos, é da Pensilvânia e, apesar da diferença de idade, compartilha desse sentimento, preocupando-se com o que os republicanos fizeram nos últimos anos: "Eu deveria poder escolher os livros que quero ler. Minha esposa deve poder escolher o que quer fazer com seu próprio corpo, assim como minhas filhas. Essas escolhas devem nos pertencer e não nos serem impostas pelo governo, por um rei ou por um presidente extremista como Donald Trump", denuncia.
Há vários anos, os republicanos afirmam ser os guardiões do valor da liberdade. A campanha de Harris optou claramente por aceitar esse desafio.
(Com AFP)
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