Supertufão Yagi já deixou 155 mortos no Vietnã; centenas de pessoas estão desaparecidas

O número de mortes provocadas pela passagem do supertufão Yagi, no Vietnã, subiu para 155, informou a imprensa local nesta quarta-feira (11). Outras 141 pessoas estão desaparecidas. Yagi atingiu o país no último fim de semana, causando enchentes e destruição.

Na província vietnamita de Lao Cai, uma zona montanhosa, um deslizamento de terra destruiu um vilarejo, matando 30 pessoas e deixando outras 65 desaparecidas. O tufão atingiu o norte do Vietnã durante dois dias, no sábado (7) e no domingo (8), com chuvas e rajadas de vento superiores a 150 km/h.

As enchentes, sem precedentes em várias décadas, chegaram à capital Hanói, onde a cheia do Rio Vermelho obrigou centenas de pessoas a deixarem suas casas e provocou a queda de uma ponte. Segundo a diretora do centro nacional de previsões meteorológicas, Mai Van Khiem, o rio atingiu o maior nível desde 2004.

"Não pensei que a água subiria tão rápido (...) É a pior inundação que já vi. Se tivesse subido mais um pouco, teria sido muito difícil sair", lamentou a moradora Nguyen Tran Van, de 41 anos, que mora há 15 perto da margem do rio em Hanói. Ela conseguiu agir a tempo e transferir os móveis para o andar superior e salvar todos os objetos.

Dezesseis províncias e cidades do Vietnã ainda registravam ameaças de deslizamentos e inundações nesta quarta-feira, mas a imprensa indicou que o nível da água começou a baixar em algumas áreas montanhosas.

Crucial para a economia do país, a região norte abriga fábricas que abastecem gigantes da indústria eletrônica como a Samsung e a Foxconn, cujos produtos são exportados para todo o mundo, através do porto de Haiphong.

A passagem do tufão também causou prejuízos para as empresas da região, como pane no maquinário, destelhamento e inundações de instalações de uma empresas.

Desastres também em países próximos

A destruição provocada pelo tufão Yagi também afetou outros países do sudeste asiático, como Mianmar, do Laos e Tailândia, onde uma operação de resgate foi realizada para ajudar 9 mil famílias na região norte, presas pelas enchentes, informou o primeiro-ministro Paetongtarn Shinawatra.

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Duas pessoas morreram em um deslizamento de terra na província tailandesa de Chiang Mai e outras duas em circunstâncias não reveladas na província de Chiang Rai, também no norte.

No Laos, a imprensa estatal informou que pelo menos uma pessoa morreu. As inundações também afetaram casas e lojas em Luang Prabang, cidade que integra a lista de Patrimônio da Humanidade, apontou o jornal Lao Post. Na província de Luang Namtha, 300 pessoas foram retiradas de 17 vilarejos.

"Serão necessários mais dois dias até que possam retornar para suas casas", afirmou Sivilai Pankaew, vice-prefeito do distrito.

Em Mianmar, as chuvas provocaram grandes inundações em Tachileik, uma cidade na fronteira com a Tailândia, e interromperam as telecomunicações.

No sul do país, centenas de moradores de Myawaddy, outro centro comercial na fronteira com a Tailândia, precisaram abandonar suas casas e buscar refúgio em escolas e templos localizados em grandes altitudes.

Antes de passar pelo Vietnã, o tufão atravessou o sul da China e as Filipinas, com um balanço de 24 mortos e dezenas de feridos.

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Segundo um estudo publicado em julho, as mudanças climáticas afetam essa região, onde os tufões estão se formando cada vez mais perto da costa, são mais intensos e permanecem mais tempo em terra.

(Com AFP)

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