Rússia e Ucrânia realizam troca de prisioneiros: mais de 200 pessoas foram libertadas
Kiev e Moscou realizaram neste sábado (14) uma troca simultânea de prisioneiros, com a libertação de 103 pessoas de cada lado, de acordo com informações da agência de notícias Interfax, citando o Ministério da Defesa russo. Os soldados russos libertados haviam sido capturados durante a ofensiva ucraniana na região fronteriça de Kursk, na Rússia, detalharam as autoridades do país. O exército russo continua a ganhar terreno no leste da Ucrânia.
"Como resultado do processo de negociação, 103 militares russos feitos prisioneiros na região de Kursk foram devolvidos do território controlado pelo regime de Kiev. Em troca, 103 prisioneiros de guerra das Forças Armadas ucranianas foram entregues", afirmou o Ministério da Defesa russo.
Os Emirados Árabes Unidos realizaram os "esforços de mediação" para permitir que esse intercâmbio ocorresse, afirmou a mesma fonte. "Todos os soldados russos [libertados] estão atualmente em Belarus, onde recebem a assistência psicológica e médica necessária", continua o comunicado.
Em um comunicado distinto, o exército russo afirmou neste sábado que continuava as "operações ofensivas" na região de Kursk. Na quinta-feira, Moscou anunciou, pela primeira vez, que havia recuperado terreno na região.
O exército russo também afirmou ter capturado a cidade de Jelanne Perche, localizada no distrito de Pokrovsk, importante centro logístico ameaçado pelas tropas russas na região ucraniana de Donetsk (leste), onde continua a avançar contra as tropas de Kiev, em menor número e menos equipadas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicou neste sábado que a troca de prisioneiros havia permitido a libertação de soldados ucranianos que defendiam Kiev, Donetsk, Mariupol e o complexo metalúrgico e siderúrgico de Azovstal, uma das maiores empresas de laminação de aço da Ucrânia, bem como as regiões de Lugansk, Kharkiv e Zaporíjia.
Prisioneiros durante ofensiva da Ucrânia em território russo
O contingente de soldados russos estava em poder das forças ucranianas desde a ofensiva surpresa lançada por Kiev em 6 de agosto em Kursk e que pegou Moscou de surpresa. À época, Kiev se vangloriou por ter feito centenas prisioneiros em território russo. O objetivo da missão era criar uma zona tampão para proteger a população ucraniana dos ataques aéreos de Moscou.
Segundo a mídia oficial russa, esses prisioneiros são, em sua maioria, recrutas e guardas de fronteira. Os recrutas russos não lutam na Ucrânia, mas cumprem o serviço militar obrigatório em território nacional e geralmente não têm experiência militar.
Em 24 de agosto, a Rússia e a Ucrânia já haviam anunciado, também com a mediação dos Emirados Árabes Unidos, a troca de 230 prisioneiros. O grupo incluía soldados russos feitos prisioneiros na região de Kursk.
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