Israel ordena que moradores deixem casas no leste do Líbano após ataque
Israel alertaou a população do leste do Líbano nesta quinta-feira (17) para abandonar a zona de Bekaa, após ter bombardeado posições do Hezbollah no sul do país e também na Síria.
O Exército Israelense emitiu uma ordem de evacuação "urgente" à população da zona do planalto de Bekaa, no leste do Líbano, alertando para um "ataque iminente", na rede social X. O porta-voz das Forças Armadas Avichay Adraee, afirmou que "edifícios na zona de Temnine" são "instalações que pertencem ao Hezbollah".
O alerta foi feito horas depois de Israel ter realizado dezenas de ataques aéreos no Líbano, na quarta-feira (16), que mataram 16 pessoas numa cidade no sul do país e causando destruição generalizada.
Ataque na Síria
Um ataque aéreo atribuído a Israel também teve como alvo a cidade costeira síria de Latakia, na madrugada de quinta-feira, causando incêndios no local, segundo a agência oficial local Sana, sem relatar vítimas.
Este ataque teve como alvo "um depósito de armas", segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma ONG sediada no Reino Unido com uma vasta rede de fontes no país.
Israel acusa frequentemente o Hezbollah, contra quem está em guerra aberta desde 23 de setembro no Líbano, de transportar armas da Síria, um país apoiado pelo Irã.
Mais ao sul, no Iêmen, os Estados Unidos anunciaram na noite de quarta-feira que usaram bombardeiros B-2 para destruir depósitos subterrâneos de armas dos Huthis, grupo que ataca navios cargueiros no Mar Vermelho e também é financiado por Teerã.
Paralelamente à sua guerra contra o Hezbollah e o Hamas palestino na Faixa de Gaza, também aliado do Irã, Israel afirma que está preparando sua resposta ao ataque com mísseis iranianos lançado em 1º de outubro contra seu território.
O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, reiterou que o seu país "responderá de maneira determinada" a um possível ataque.
Morte de prefeito
Na quarta-feira, o Exército israelense afirmou ter atacado "dezenas de alvos do Hezbollah" perto de Nabatiyeh, um reduto do movimento e do seu aliado xiita Amal, no sul do Líbano, matando o prefeito da cidade, Ahmad Kahil. Um total de 16 pessoas morreram e 52 ficaram feridas na localidade, segundo o Ministério da Saúde libanês. O coordenador do braço humanitário da ONU no Líbano, Imran Riza, denunciou um "ataque catastrófico".
Em Cana, "mais de 15 edifícios foram completamente destruídos, um verdadeiro desastre", disse o socorrista Mohammed Ibrahim após um ataque mortífero do Exército israelense, que afirmou ter matado um comandante do Hezbollah no local.
Na quarta-feira à noite, as forças de manutenção da paz da Força de Paz da ONU (UNIFIL) também afirmaram que um tanque israelense tinha disparado contra uma de suas torres de vigilância no sul do Líbano, afirmando ter sido um "ataque direto e visivelmente deliberado".
(Com AFP)