Força de paz da ONU no Líbano diz ter sido alvo de novo ataque de Israel
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) diz ter sofrido um novo ataque de Israel em uma de suas posições perto de Kfarkela, na manhã desta quarta-feira (16). O governo israelense acusa o grupo de servir de "escudo" para o movimento libanês Hezbollah, aliado do palestino Hamas.
O que aconteceu
Ataque 'deliberado' danificou uma torre de observação. Soldados da Unifil disseram que um tanque israelense "disparou contra a torre de vigilância, destruindo duas câmeras". O Exército de Israel ainda não se pronunciou sobre as acusações.
É a 2ª ofensiva contra a Unifil em menos de uma semana. No domingo (13), a Unifil denunciou que dois tanques israelenses derrubaram o portão principal e forçaram a entrada em uma de suas bases. Mais tarde, no mesmo local, soldados da ONU relataram explosões que geraram uma fumaça que teria causado irritações na pele e problemas gastrointestinais em 15 membros da Unifil.
Israel acusa o grupo de atuar como 'escudo' do Hezbollah. Além disso, a Unifil "não contribuiu de nenhuma forma para a manutenção da estabilidade e da segurança na região" e "não garantiu a aplicação das resoluções da ONU", disse o ministro da Energia de Israel, Eli Cohen, na última segunda-feira (14).
Reforçamos às FDI [Forças de Defesa de Israel] e a todos os participantes suas obrigações de garantir a segurança do pessoal e da propriedade da ONU e de respeitar a inviolabilidade das instalações da ONU em todos os momentos.
Unifil, em nota oficial
We remind the IDF and all actors of their obligations to ensure the safety and security of UN personnel and property and to respect the inviolability of UN premises at all times.
-- UNIFIL (@UNIFIL_) October 16, 2024
Pressão internacional
Países europeus pressionam pelo fim dos ataques à Unifil. Mais cedo, em comunicado, os ministros da Defesa de 16 países expressaram a vontade compartilhada de "exercer a máxima pressão política e diplomática sobre Israel para que novos incidentes não aconteçam". Ao mesmo tempo, reforçaram que o movimento libanês Hezbollah "não pode usar o pessoal da Unifil como escudo no contexto do conflito".
Porta-voz dos EUA destacou a importância da força de paz da ONU. John Kirby, do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, enfatizou que a Unifil "desempenha um papel importante no Líbano", o qual respeita, e quer que "todos respeitem esse papel, incluindo Israel".
Unifil foi criada após a invasão israelense no Líbano, em 1978. A Unifil mantém 29 posições no sul libanês, com cerca de 10 mil soldados de várias nacionalidades, incluindo centenas de europeus.
(Com AFP, ANSA e Deutsche Welle)
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